ONU avisa que levará anos para limpar Gaza de detritos e armas por explodir
A agência da ONU para os refugiados palestinianos alertou hoje que a guerra na Faixa de Gaza deixou, em cerca de cinco meses, quase 23 milhões de toneladas de detritos e armas por explodir, cuja limpeza levará anos.
"A destruição em toda a Faixa de Gaza criou quase 23 milhões de toneladas de detritos. Serão necessários anos para limpar os escombros e as munições não deflagradas", relatou hoje a UNWRA, na rede social X.
A agência das Nações Unidas apontou outras consequências da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, desde 07 de outubro: "Casas, escolas, clínicas e outras infraestruturas civis foram afetadas. As vidas de +2 milhões de pessoas foram devastadas".
Citado num comunicado das Nações Unidas, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) comentou que os parceiros de ação contra as minas estão agora a realizar "avaliações das ameaças explosivas" e a educar os habitantes de Gaza sobre os perigos.
"São urgentemente necessárias avaliações em maior escala, mas os esforços de resposta têm sido dificultados por restrições à importação de material humanitário de ação contra as minas e por requisitos de autorização para o destacamento de pessoal especializado", referiu o OCHA.
Segundo a nota das Nações Unidas, a violência prossegue "em grande parte da Faixa de Gaza, em especial na zona de Hamad, em Khan Younis" e continua a causar "mais vítimas civis, deslocações e destruição de casas e outras infraestruturas civis".
"O trabalho humanitário de salvamento de vidas humanas tem prosseguido no meio de intensos bombardeamentos israelitas e de operações terrestres, bem como de pesados combates entre as forças israelitas e os grupos armados palestinianos", descreve a mesma agência da ONU.
A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza já matou quase 31.500 palestinianos e expulsou cerca de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza das suas casas.
Israel declarou guerra ao Hamas depois de ter sofrido um ataque sem precedentes em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.