França, Alemanha e Polónia prometem não escalar guerra mas doam mais armas a Kiev
França, Alemanha e Polónia garantiram hoje que não vão tomar a iniciativa de fazer escalar a guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, poucos dias depois de Emmanuel Macron admitir enviar tropas europeias e da NATO para território ucraniano.
França, Alemanha e Polónia estão "unidas, determinadas" e "resolvidas a nunca deixar a Rússia vencer", afirmou hoje o Presidente francês em Berlim, ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, e do primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
"Continuaremos a fazer como fizemos desde o primeiro dia, sem nunca tomar a iniciativa de qualquer escalada", acrescentou o Macron, após semanas de tensões, nomeadamente com a Alemanha, sobre a estratégia de apoio à Ucrânia.
"Continuaremos a apoiar a Ucrânia e o seu povo enquanto for necessário", garantiu à imprensa após uma cimeira a três, em Berlim, para coordenar a ajuda à Ucrânia.
Antes do encontro a três, Macron e Scholz mantiveram uma reunião de cerca de duas horas, já que a questão da possível utilização da NATO na Ucrânia causou tensões sobretudo entre estes dois países.
Scholz disse acreditar que a reunião a três é especialmente apropriada neste momento, em que a Ucrânia está a sofrer de escassez de munições e na defensiva ao longo de toda a frente, mas continua à espera que um pacote de ajuda de 60 mil milhões de dólares (cerca de 55 mil milhões de euros) seja desbloqueado pela Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano.
Macron afirmou em fevereiro que a possibilidade de envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não podia ser excluída, um comentário que suscitou o protesto de outros líderes e levou Moscovo a avisar que isso levaria a um conflito direto entre a NATO e a Rússia e poderia desencadear uma guerra nuclear global.
A reunião tripartida serviu também para anunciar ter sido estabelecido um acordo entre os aliados da Ucrânia relativamente a artilharia de longo alcance, armas exigidas por Kiev para se defender do agressor russo.
Os três países decidiram "adquirir imediatamente" mais armas para a Ucrânia no mercado mundial, além de criar uma nova coligação para doar foguetes de longo alcance.