Mais de uma dezena de mortos em ataques ucranianos e russos
Mais de uma dezena de pessoas morreram hoje em ataques na Ucrânia e na Rússia, no dia em que os russos começaram a votar nas eleições presidenciais que deverão garantir a Vladimir Putin um quinto mandato presidencial até 2030.
Em Odessa, no sul da Ucrânia, um ataque de mísseis russos matou hoje pelo menos 14 pessoas e feriu outras 46, segundo as autoridades locais.
Um primeiro míssil atingiu casas e, quando as equipas de emergência chegaram ao local, um segundo míssil caiu na zona, adiantaram as autoridades, que referiram que, entre os mortos encontram-se um paramédico e um funcionário dos serviços de emergência.
"O ataque de mísseis russos matou um motorista de ambulância e um socorrista que chegaram ao local após uma explosão inicial para prestar assistência", disse o governador regional, Oleg Kiper, na rede social Telegram.
"Há também feridos graves entre os paramédicos e as equipas de socorro", acrescentou.
Pelo menos 10 casas em Odessa e alguns equipamentos dos serviços de emergência foram danificados no ataque, que provocou um incêndio, segundo indicaram o Serviço de Emergência da Ucrânia e o governador regional.
A tática de disparar um segundo míssil no mesmo local, com o objetivo de atingir as equipas de salvamento, é conhecida em termos militares como "double tap". Estes ataques atingem frequentemente civis.
Durante a noite, duas pessoas foram mortas e outras três ficaram feridas na região central de Vinnytsia, na Ucrânia, depois de a Rússia ter atingido um edifício com um 'drone' (aeronave não tripulada), de acordo com o governador regional, Serhii Borzov.
"Um homem de 52 anos foi morto e a sua mulher de 53 anos morreu no hospital" nesta região situada a mais de 400 quilómetros da linha da frente, informou a polícia local.
No sul da Ucrânia, uma mulher de 76 anos morreu em consequência de um bombardeamento russo, na região de Zaporijia, indicou a administração regional.
A força aérea ucraniana afirmou ter abatido todos os 27 'drones' Shahed que a Rússia lançou sobre as regiões de Kharkiv, Vinnytsia, Kirovohrad, Mykolaiv, Khmelnytskyi e Kiev.
Por outro lado, na região russa de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, um civil foi hoje morto e dois outros ficaram feridos num bombardeamento ucraniano, anunciou o governador do território, Vyacheslav Gladkov.
No início do dia, tinha anunciado a morte de um combatente russo num bombardeamento ucraniano contra uma pequena aldeia fronteiriça na mesma região.
Os combatentes russos pró-Kiev lançaram incursões em várias regiões russas nos últimos dias. O exército russo afirmou hoje ter repelido todas as incursões.
Por seu lado, as autoridades de ocupação instaladas por Moscovo afirmaram, hoje de manhã, que três crianças tinham morrido em bombardeamentos ucranianos noturnos em Donetsk, uma cidade no leste controlada pela Rússia.
"Morreram três crianças. Uma rapariga nascida em 2007, uma rapariga nascida em 2021 e um rapaz nascido em 2014", declarou Alexeï Koulemzine, o presidente da câmara pró-russa de Donetsk, na plataforma Telegram.
Em fevereiro, depois de intensos combates, o exército russo tomou a cidade de Avdiivka - alguns quilómetros a norte de Donetsk - alegando que o recuo das forças ucranianas protegeria os habitantes das zonas ocupadas dos bombardeamentos.
O comandante-chefe do exército ucraniano, Oleksandre Syrsky, disse hoje no Telegram que a Rússia tinha "concentrado os seus principais esforços" em torno de Avdiivka e que estava "a tentar romper as defesas ucranianas" há vários dias.´
Também hoje, o centro ucraniano de prisioneiros de guerra anunciou que tinha recuperado os restos mortais de 100 soldados que morreram em combate.
Este tipo de intercâmbio, juntamente com o de soldados cativos, é uma das últimas áreas em que Moscovo e Kiev têm cooperado desde o início da invasão.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).