Albuquerque não se pronuncia sobre possível diálogo entre AD e Chega
Presidente do PSD-Madeira diz que o partido de extrema-direita é hoje "um actor imprescindível no quadro político" do país
No rescaldo do resultado das eleições legislativas, do dia 10 de Março, o ainda presidente do PSD-Madeira e líder do Governo Regional, Miguel Albuquerque, recusou-se a comentar sobre um possível diálogo entre AD e Chega para atingir a estabilidade do Governo central.
“Não vou falar sobre isso. O que eu já disse é que essa história do ‘cerco sanitário’ ao Chega serviu de uma forma perfeita, que foi estabelecida pela Esquerda, sobretudo pelo PS, para garantir o crescimento exponencial do Chega”, disse, referindo que, no entanto, o partido de extrema-direita é um “actor imprescindível no quadro político” e que, como tal, essa realidade “não pode ser ignorada”.
Não obstante, o governante relembrou que também Luís Montenegro já deixou a garantia que não haverá acordos com o Chega. “Ele vai manter a sua palavra e se ele disse isso é bom que cumpra”, sublinhou, acrescentando que não está no lugar do líder do PSD e que, por isso, não pode opinar nem “jogar sob hipótese”.
Neste momento temos que encarar a situação política com realismo. A pior coisa que podemos fazer é não ter realismo na análise da mudança dos comportamentos políticos que existiram na sociedade portuguesa Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira
À margem da visita realizada, esta manhã, à obra de construção de uma estrutura residencial para idosos, na Rua do Til, no Funchal, o chefe do Executivo madeirense referiu que o que agora está em equação é que o partido com mais votos e mais mandatos vai apresentar ao Presidente da República uma solução de Governo.
“No quadro parlamentar é preciso encetar o diálogo para que o Programa de Governo e, posteriormente, o Orçamento de Estado possam ser aprovados”, disse, reforçando que o país não pode continuar em duodécimos. “Os Açores também estão numa situação complicada e há um conjunto de decisões que também precisam de ser tomadas. Portugal precisa de estabilidade e de um Governo que execute as políticas para garantir o que é fundamental, que é o progresso do país”, finalizou.