Uma em cada cinco casas na Madeira com sobrelotação
O número de divisões habitáveis (maior ou igual a 4 m2) era insuficiente para o número e o perfil demográfico dos membros do agregado aumentou para 20,3%
"De acordo com os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2023, 12,9% das pessoas viviam em alojamentos em que o número de divisões habitáveis (≥ 4 m2) era insuficiente para o número e o perfil demográfico dos membros do agregado, mais 3,5 p.p. do que no ano anterior (9,4%)", sendo que esta é uma realidade nacional, mas que nas regiões autónomas é muito diferente, acima dos 20%.
De acordo com os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística, "o aumento da condição de sobrelotação em relação a 2022 foi transversal às três regiões NUTS I portuguesas, contudo mais significativo nas Regiões Autónomas: mais 3,3 p.p. no Continente, mais 7,9 p.p. na Região Autónoma dos Açores e mais 7,3 p.p. na Região Autónoma da Madeira", com os açorianos a terem uma taxa de sobrelotação de 21,4% e os madeirenses a fixarem-se em 20,3%. Ou seja, uma em cada casa está sobrelotada.
Realça o INE que "à semelhança dos anos anteriores, o risco de viver numa situação de insuficiência do espaço habitacional era mais significativo para a população em risco de pobreza: 27,7% da população em risco de pobreza estava em situação de sobrelotação habitacional, o que compara com 9,8% na restante população. Em 2023, a taxa de sobrelotação da habitação era mais elevada para a população mais jovem (21,8% para o grupo etário até aos 17 anos), diminuindo com a idade (13,9% para os adultos e 4,4% para os idosos). A taxa de sobrelotação era também mais elevada para a população residente em áreas predominantemente urbanas (14,9%)", resume.
Apenas 14% viviam em alojamentos com aquecimento
Também foram analisados os resultados do módulo ad hoc sobre a Eficiência energética dos edifícios e dos alojamentos, realizado em 2023, que indicam que no ano passado, "26,6% da população vivia em alojamentos em que não era utilizado qualquer tipo de aquecimento em casa, proporção que era muito mais elevada nas Regiões Autónomas (86,0% na R. A. Madeira e 72,6% na R. A. Açores) do que no Continente (24,0%)", destaca.
E aqui, o mesmo cenário, que liga esta falta de condições à pobreza. "A proporção de pessoas que viviam em alojamentos em que não era utilizado qualquer tipo de aquecimento em casa era mais elevada em situações de pobreza: 39,7% da população em risco de pobreza referiu não utilizar aquecimento em casa, o que compara com 23,9% da restante população", frisa.