Jornalistas da Madeira promovem concentração para assinalar dia de greve
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) agendou uma greve geral para quinta-feira, 14 de Março, a primeira em mais de 40 anos (a última foi em 1982), contra os baixos salários, precariedade e degradação das condições de trabalho do sector.
Ao final da tarde de ontem, a Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas (DRMSJ) manifestou a sua solidariedade para com este protesto, através de um comunicado remetido aos seus associados.
“Está marcada para esta quinta-feira, 14 de Março, uma greve geral de Jornalistas convocada pelo Sindicato de Jornalistas ao nível nacional com a qual a direção regional da Madeira se solidariza. Os motivos que sustentam a convocatória também se sentem na região onde a prática é de baixos salários e vínculos laborais precários”, começa por referir a nota da DRMSJ.
O comunicado realça ainda aspectos como o impacto das novas tecnologias no volume e qualidade do trabalho dos jornalistas.
Devido às novas tecnologias os jornalistas trabalham mais. Por um lado continuam a fazer o que faziam para os meios de comunicação tradicionais - rádio, jornais e televisão-, mas têm que fazê-lo também para o digital e sem que isso seja recompensado no ordenado
Outra reivindicação da classe prende-se com os baixos salários:
Estes baixos salários estão associados a redações mais pequenas, num processo de emagrecimento que começou há quase uma década. Há menos jornalistas, que trabalham mais e recebem menos. A falta de recursos humanos naturalmente tem consequências no produto final e na saúde mental dos profissionais.
O Sindicato sublinha que “o jornalismo é importante para as nossas democracias e para esclarecer os cidadãos, mas os jornalistas são pessoas que aspiram, como todos os outros trabalhadores, a um salário digno que lhes permita ter uma vida digna”.
Por tudo isto, a direcção regional da Madeira lembra aos seus associados que a greve é um direito constitucional e quem entender aderir não pode ser, em circunstância alguma, prejudicado ou ameaçado. Se isso acontecer deve contactar de imediato o sindicato DRMSJ
Uma vez que o dia de greve está a ser marcado por concentrações de jornalistas – em Coimbra, às 09:00, no Porto e em Ponta Delgada, às 12:00, e às 18 horas, em Lisboa – os jornalistas da Madeira associam-se a este protesto indo também para a rua, às 15 horas.
Por “constrangimentos legais” – nomeadamente a necessidade de aviso prévio à Câmara Municipal do Funchal, 48 horas antes – a Direcção Regional do Sindicato dos Jornalistas propôs que o encontro de jornalistas se realizasse nas instalações da DRMSJ, sita ao n.º14 do Largo do Corpo Santo, no Funchal.
Não obstante, e a título informal, um grupo de jornalistas irá juntar-se, pelas 15 horas, em frente à Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, porque é “na rua. Na praça. Fora de portas”, que fazemos ouvir a luta pelo respeito e pelo futuro da nossa profissão, apelando à participação de todos.