Paulo Cafôfo foi o grande derrotado destas eleições. Fez o PS perder a votação na Madeira e perdeu um deputado para o Chega. Ainda assim, no alto da sua ambição, Cafôfo é incapaz de assumir que afinal o seu nome não é tão relevante para os madeirenses e para o seu próprio partido. Um partido dividido porque perdeu identidade, à custa de um líder que reuniu um grupo de fiéis seguidores e excluiu tudo o resto. Cafôfo quis fazer do PS um partido ajustado às suas ambições e o resultado está à vista de todos, mas para o próprio esse resultado apenas é reflexo da situação ao nível nacional. Cafôfo perdeu e fez o PS perder porque o seu foco está no cumprimento da sua agenda individual. O normal seria admitir essa derrota pessoal e demitir-se, dando espaço a outro ator político, mas a ambição de Cafôfo é grande e os olhos estão postos na Quinta Vigia. Não o conseguiu no passado e tem feito dessa meta o seu objetivo pessoal. Enquanto isso vai ocupando todos os lugares possíveis que o PS lhe consegue garantir. No final de contas, o que ganhou o PS, e a Madeira, com Cafôfo?

Carlos Sousa