Rússia emite mandado de detenção contra ministro estónio
A Rússia emitiu hoje um mandado de detenção do ministro do Interior estónio e impôs sanções contra cerca de 350 cidadãos da Estónia, Letónia e Lituânia por atos hostis, anunciaram as autoridades de Moscovo.
O ministro Lauri Laanemets passou a integrar a lista do Ministério do Interior de pessoas "procuradas pela justiça russa" por uma alegada violação do Código Penal, noticiou a agência russa TASS, sem indicar o artigo em causa.
A imprensa estónia, que cita uma publicação eletrónica russa, relacionou o caso com a destruição de símbolos soviéticos na Estónia.
O ministro estónio afirmou não ter medo das medidas, mas disse levar a decisão do Governo russo "muito a sério", segundo a agência espanhola Europa Press.
Laanemets afirmou que a Estónia dispõe de um bom sistema de segurança, no qual disse confiar.
"Sei que eles darão conta da tarefa e garantirão a segurança do Estado estónio, incluindo os membros do Governo", afirmou, segundo o portal de notícias Delfi.
A medida surge pouco depois de as autoridades russas terem emitido em fevereiro mandados de detenção contra a primeira-ministra estónia, Kaja Kallas, e o secretário de Estado Taimar Peterkop.
As autoridades da Estónia e da Letónia iniciaram o desmantelamento de vários monumentos soviéticos na sequência da invasão da Ucrânia, desencadeada em fevereiro de 2022 por ordem do Presidente russo, Vladimir Putin.
Os três Estados bálticos têm sido particularmente críticos em relação a Moscovo devido à ofensiva na Ucrânia.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo justificou a imposição de sanções contra 347 cidadãos da Estónia, Letónia e Lituânia com a "política hostil dos países bálticos em relação à Rússia".
O ministério citou também a "pressão ativa" dos três países para a imposição de sanções contra Moscovo, a "interferência nos assuntos internos da Rússia" e a perseguição da população de língua russa.
Referiu igualmente a "campanha para a demolição de monumentos aos soldados soviéticos e a glorificação do nazismo", segundo a TASS.
A lista de sancionados inclui altos funcionários governamentais, deputados e jornalistas, acrescentou.
Estónia, Letónia e Lituânia fizeram parte da União Soviética, cuja desintegração, em 1991, marcou o fim da Guerra Fria, o período de tensão entre os blocos do Ocidente e do Leste após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).