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Abril merece melhor Madeira

Foi o país e fomos todos nós portugueses que perdemos nestas eleições. Numa altura em que se assinalam os 50 anos da Democracia, em que Portugal deveria estar a celebrar os valores de Abril, em que deveríamos estar a recordar e a honrar todos aqueles que tanto lutaram pela liberdade, estamos a braços com uma mudança no quadro parlamentar que é inédita na nossa história democrática, com o enorme crescimento da extrema-direita na Assembleia da República.

Os resultados do Chega nestas eleições merecem uma reflexão profunda e dão-nos motivos para estarmos preocupados com o futuro do país e com o futuro da Madeira.

O que levou mais de um milhão de eleitores a votar na extrema-direita?

Em Democracia temos de saber respeitar a vontade dos eleitores, mas temos, acima de tudo, de ser firmes, determinados e intransigentes na defesa dos valores da Democracia, da Liberdade e da Autonomia. O PS-Madeira não será cúmplice, nem vai compactuar com políticas que atentem contra os valores e as conquistas de Abril.

Os próximos tempos não serão fáceis nem para o país, nem para a Madeira. Destas eleições não resulta uma solução governativa estável. O PSD não conseguiu afirmar-se como alternativa, não convenceu os portugueses com as suas políticas e o seu programa. Isso ficou bem claro nos resultados eleitorais e na margem magra da sua vitória. Já o PS, acabou por ser penalizado pelo normal desgaste de oito anos de governação, num contexto e numa conjuntura muito difícil e muito exigente. Deixa, no entanto, a marca da sua governação. Deixa um país muito diferente daquele que encontrou. Um país mais competitivo, com as contas em dia, com mais crescimento e onde as famílias vivem melhor e com mais rendimentos.

A vitória da AD não tem a leitura que o PSD-Madeira lhe quer dar e não apaga a vergonha e a indignação generalizadas com o partido de Miguel Albuquerque. Temos uma crise política na Madeira que continua por resolver. Temos o partido do poder a responder na Justiça por crimes de corrupção. Nada disto mudou com estas eleições. É bom não esquecer.

Nas ruas, em campanha, sentimos uma vontade de mudança. Os Madeirenses e Porto-Santenses querem eleições antecipadas na Região, querem um novo rumo para o nosso Arquipélago. Querem ter voz e serem eles a escolher o próximo Governo da Madeira.

Estes resultados eleitorais não nos desmobilizam, dão-nos ainda mais força para continuar. A fibra, a coragem e a resiliência sempre foram a nossa grande força. O PS-Madeira nunca recuou, nem baixou os braços perante as dificuldades e adversidades. Não o vai fazer agora. Somos um partido coeso e unido. Vamos continuar a lutar pela Madeira, pelos Madeirenses e pelos Porto-Santenses. É esse também o meu compromisso na Assembleia da República: defender os interesses da nossa Região a nível nacional.

O PS-Madeira tem um projeto sólido para a Região. Somos a única força política preparada para governar e mudar a vida das pessoas. Porque, hoje e sempre, a Madeira é a nossa causa.