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Madeira

O PSD-M "é neste momento um partido doente"

Fotos Hélder Santos Aspress
Fotos Hélder Santos Aspress

Em menos de 24 horas depois das eleições legislativas, Manuel António Correia entrou ao ataque: "A Madeira está num pântano político e precisa sair urgentemente dele, e só o fará com uma profunda refundação do PSD", começou por dizer na abertura da sede de campanha, no Largo do Chafariz, n.º 14.

O adversário de Miguel Albuquerque nas eleições directas que decorrem a 21 de Março disse que o PSD-M "é o partido com o qual a maioria dos madeirenses se identificam, mas, por responsabilidade de uma cúpula de dirigentes, é neste momento um partido doente, e divorciado dos cidadãos".

E disse mais: que a generalidade dos madeirenses "não se identifica com o rumo actual do partido, estamos a perder sistematicamente, e de há muito, votos e mandatos". E deu exemplo de que ontem, após a contagem dos votos, "o PSD fixou-se nos 35% em coligação, se fossemos sós ficaríamos em cerca de 30%", concluindo com os mesmos resultados, mas em eleições regionais, "teríamos apenas 19 deputados, 5 abaixo da maioria absoluta". 

"Ontem, mesmo coligado, o PSD Madeira obteve a pior percentagem de sempre em atos eleitorais nacionais e regionais", atirou, mas sublinhou que "a responsabilidade não foi dos candidatos, em particular do dr. Pedro Coelho, que fizeram um trabalho extraordinário, em circunstâncias difíceis, que lhe foram criadas".

"Embora dispersos, a soma dos descontentes é claramente superior aos votos no PSD", afirmou em mais uma farpa à liderança de Miguel Albuquerque. E garante que o PSD "só poderá sobreviver como partido de poder se mudar radicalmente e inverter a perceção de perda e de derrota adiada que criou perante o eleitorado"

"Ou mudamos ou os madeirenses mudam-nos", diz o antigo governante para quem esta é a "última hora para evitar entregar a Madeira a uma oposição impreparada para governar", disparou tendo atrás de si várias figuras, a esposa, a antiga deputada Sara Madruga da Costa, Leonel Silva, presidente de Câmara de Câmara de Lobos ou ainda Francisco Fernandes, ex-secretário regional da Educação, mas na plateia também estavam Alberto João Jardim ou Rui Alves, presidente do CD Nacional, figuras mais destacadas.

Com palavras ainda mais duras, Manuel António Correia considera que o seu partido "apenas tem sobrevivido através de alianças sucessivas, desconexas e incoerentes", nas quais, frisou, "se vende a alma e se leiloam lugares públicos para sobreviver, incluindo o mais alto cargo da Autonomia".

O que verdadeiramente se decide nestas directas, frisou, "não é quem poderá ser o próximo presidente do PSD-M, mas quem será o candidato do PSD às próximas eleições regionais com condições para ser eleito o próximo presidente do GR".

Num longo discurso, criticou a liderança actual de Albuquerque que "não é solução" porque "mesmo que ganhe PSD não ganha a Região". Considera que "não tem condições de formar governo estável, coisa que, desde logo, não conseguiu em setembro de 2023, mesmo num momento aparentemente favorável, onde não cumpriu a palavra e começou a comprometer irremediavelmente a sua relação com os madeirenses".

Manuel António Correia disse ainda que os madeirenses "estão cansados, merecem mais e melhor" e que querem ter um "governo que governe e não seja notícia por más razões" ou ter um "orçamento, que não foi aprovado por culpa dos actuais dirigentes".