Socialistas chocados com Cafôfo
Carlos Pereira deu o mote, Jaime Leandro lamenta “desastre” e Luís Vilhena deixa uma recomendação: “Indiquem o caminho do Campanário a esse senhor”
Líder do PS-M entende que “o tempo não é para desânimos, para baixar os braços ou sequer recuar”
Os socialistas perderam ontem mais de 10 mil votos na Madeira face às Legislativas de 2022 e um deputado. As críticas não se fizeram esperar até porque o partido nada beneficiou da conjuntura e de um sufrágio que levou às urnas quase mais 23 mil votantes.
Carlos Pereira deu o mote na noite eleitoral da TSF-Madeira ao revelar-se “chocado” com o resultado do PS-M, obtido no contexto que era “favorável”.
Eleito por Lisboa, o socialista madeirense considerou que os madeirenses exibiram um “voto de protesto” ao seu partido e entende que as declarações de Paulo Cafôfo só se se podem enquadrar “num clima de tensão e de stress”.
Acha que o líder “não pensou bem no que disse” porque na verdade “o resultado é mau e não dá esperança, não mobiliza nem o PS-M nem os eleitores”. Mesmo assim, entende que o PS-M “tem de ter todo” num processo sem descartar ninguém se é quer trilhar um caminho vencedor.
Luís Vilhena, antigo deputado na assembleia da República também não poupa a argumentação de Cafôfo e deixa um recado: “Por favor indiquem o caminho do Campanário a esse senhor”.
Um post comentado pela antiga vereadora socialista na Câmara do Funchal, Filipa Jardim Fernandes, que considera que “enquanto a actual liderança do PS regional não souber fazer uma correta leitura dos resultados eleitorais nunca mais vai corrigir o que está errado.
E também por outra ex-veradora Idalina Perestrelo que subscrevendo a mensagem de Vilhena deixa claro que Cafôfo “abandonou muita gente ao longo do seu percurso”.
Jaime Leandro que já havia assumido publicamente no DIÁRIO que a fasquia estava alta para Paulo Cafôfo lamenta “mais um desastre” de quem perdeu 1 deputado, uns milhares de votos e tem o CHEGA à perna.
Pedro Fragueiro entende que “enquanto o PS M for controlado pelo gangue que o assaltou e o gere em proveito próprio, não ganhará NADA, nem mesmo juízo”. “É preciso correr com esses assaltantes, caso contrário, o partido será ultrapassado pelo Chega nas próximas eleições regionais. O ps do gangue nunca será alternativa, seja ao que for! É preciso um Congresso a sério, sem golpes!”, refere.
Mais comedido surge Carlos Jardim para quem os resultados eleitorais destas eleições legislativas estão muito aquém daquilo que se esperava para o PS Madeira. Daí recomendar “reflexão”.
No balanço às Legislativas, o vereador na CM que sucedeu a Cafôfo e militante socialista, Miguel Silva Gouveia, faz um reparo ao "discurso menos bem conseguido da noite" e à estratégia.
A atitude digna, seria reconhecer a derrota eleitoral, reconhecer que a estratégia de tentativa de capitalizar politicamente os processos judiciais falhou redondamente, reconhecer que foi um erro construir um projecto assente na imagem de uma única pessoa, reconhecer a incapacidade em unir o partido e reconhecer que não estão reunidas as condições para que o PS se afirme como uma alternativa de governo para a Madeira. Assuntos que devem merecer profunda reflexão nos próximos dias. Miguel Silva Gouveia
Há mais críticas internas nas redes, mas a todas Cafôfo responde com um post feito há instantes, sublinhando que “o tempo não é para desânimos, para baixar os braços ou sequer recuar”.