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Madeira

Presidente da ALRAM pede aos jovens mais participação "nas decisões sobre a vida colectiva"

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Arrancou, esta manhã, mais uma edição do Parlamento dos Jovens, uma ocasião aproveitada por José Manuel Rodrigues para apelar aos estudantes madeirenses para participarem "nas decisões sobre a vida colectiva". O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira salientou a importância das eleições legislativas, realizadas ontem, para vincar que esse dever e esse direito, de cidadania, mas lembrou que "a democracia não se deve reduzir ao ritual das eleições".

"A democracia deve ser exercida por cada um dos cidadãos, diariamente, participando nas decisões da vida coletiva através das diversas instituições”, disse o parlamentar. Nesta sessão do Parlamento dos Jovens do ensino básico participam 11 escolas madeirenses, 62 alunos e 12 professores, que durante o dia vão debater o tema 'Viver ABRIL na Educação: caminhos para uma escola plural e participativa', um assunto “muito importante”, na opinião do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira. “Foi no sector da Educação onde a Madeira e Portugal mais evoluíram nestes últimos 50 anos”, destacou.

A principal desigualdade que temos nas nossas sociedades é a desigualdade do acesso ao conhecimento, porque origina desigualdades económicas e injustiças sociais. [...] Um cidadão qualificado é um cidadão apto a exercer todos os direitos que lhe oferece a democracia e o estado de Direito José Manuel Rodrigues

O Presidente do Parlamento madeirense mostrou-se, por isso, preocupado com o problema do abandono escolar, com a chamada “geração nem nem” (jovens com mais de 18 anos que nem estudam nem trabalham) e pediu uma melhor adequação da oferta de cursos às vocações dos jovens e às necessidades do mercado de trabalho.

Terminou salientando que a par da Autonomia, o acesso de todos os cidadãos à Educação foi uma das grandes conquistas do 25 de abril. “É por isso que podemos dizer que o 25 de abril, a Democracia e a Autonomia valeram a pena e que devemos continuar a lutar por eles”.

Há 50 anos 60% da nossa população era analfabeta

Quem também teve oportunidade de intervir na sessão de abertura deste parlamento foi Jorge Carvalho. O secretário regional de Educação, Ciência e Tecnologia destacou a importância do tema, “quando estamos a celebrar os 50 anos da implementação da Democracia em Portugal e simultaneamente os 48 anos da Autonomia” e recordou que “há 50 anos 60% da nossa população era analfabeta. Hoje, felizmente, esses dados estão debelados e temos todos os jovens nas nossas escolas".

A escola de hoje é “participativa, e o exemplo disso é a vossa presença hoje, aqui. Aquilo que se pretende da escola é que vá além daquilo que é a sua função e a sua missão: transmitir conhecimentos, valores e princípios. Acima de tudo preparar os desafios do futuro e as novas gerações para além daquilo que é o espaço da escola e da dimensão curricular. A escola tem uma visão abrangente da formação e da participação”, afirmou.

Miguel Iglésias, deputado do PS na Assembleia da República, também, reforçou a importância do debate na construção de “uma melhor consciência crítica e apurada consciência política, e para uma mais exigente consciência cívica”.

Para o deputado socialista a revolução do 25 de abril trouxe a Liberdade e a Democracia a Portugal. “Estas duas palavras não são coisa pouca. É a Liberdade que nos permite viver em sociedade sem restrições aos nossos direitos, que nos permite a livre expressão e a imprensa livre, que nos permite a livre circulação e o pensamento livre. A Democracia é outro pilar fundamental da nossa sociedade. Permite a existência de partidos políticos, eleições livres e justas, com o povo a decidir livremente o seu futuro político a nível nacional, regional e local”, enquadrou.

Miguel Iglésias acentuou o papel fundamental da Educação “no desenvolvimento e crescimento de uma sociedade livre e democrática e Portugal tem dado passos significativos para melhorar os níveis de qualificação e formação das gerações mais jovens”, concluiu.