Padre Frederico condenado a 13 anos de prisão há 31 anos
Neste ‘Canal Memória’ recordamos a edição de 11 de Março de 1993
Foi um dos casos mais ‘badalados’ da sociedade madeirense. Levou largas dezenas a tribunal, para assistir ao julgamento, bem como ao Caniçal, onde foi feita a reconstituição do crime. Passaram 31 anos desde a condenação do Padre Frederico Cunha pela morte do jovem Luís Miguel, em Maio de 1992.
Na edição de 11 de Março de 1993, o DIÁRIO dava conta da sentença que tinha sido proferida no Tribunal de Santa Cruz. Estava dado como provado que a morte do jovem madeirense tinha sido provocada pelo sacerdote, a partir de uma falésia do Caniçal. Por isso, Frederico Cunha tinha agora de cumprir 13 anos de prisão e ainda pagar uma indemnização no valor de cinco mil contos. Foi ainda acusado de abuso de menor.
Sentença do Padre Frederico Cunha
Madeira, tribunal de Santa Cruz condena o Padre Frederico, brasileiro de 42 anos, a 13 anos de prisão, pelos crimes de homicídio e de abuso do menor Luís Miguel Correia.
Por seu lado, o afilhado do padre, Miguel Noite, foi condenado por favorecimento continuado, tendo de cumprir dois anos de pena suspensa. O jovem terá ajudado a criar um alibi para o padre. No final da sessão, o sacerdote apregoava a sua inocência e ameaçava recorrer ao Supremo Tribunal. “Sou absolutamente inocente. Nunca vi o Luís Miguel na minha vida. Foi feita uma injustiça. Eu sabia desde o início que este tribunal era parcial e que isto ia acontecer. Jesus também foi condenado inocente”, disse.
Tanto a mãe, como o irmão do padre afiançavam que tudo não passava de uma injustiça e que Frederico era inocente.
Nas declarações que prestou à comunicação social, Frederico Cunha lamentou que estivesse a ser perseguido por “supostamente ser gay”, indicando que essa era uma atitude da época do nazismo.
“Funchal parou para telever sentença”
A leitura da sentença foi transmitida pela RTP-Madeira e fez ‘paralisar’ o Funchal: “Tudo o que era bar e restaurante da cidade com receptores, registaram enchentes, segundo conseguimos saber junto de alguns desses estabelecimentos”, dava conta o DIÁRIO. Até o plenário da Assembleia Legislativa da Madeira foi interrompido para que fosse possível assistir a tudo.