Imprensa espanhola destaca vitória "mínima" da AD e avanço da extrema-direita
A imprensa espanhola destaca hoje a vitória "mínima" da Aliança Democrática (AD) em Portugal nas eleições de domingo e o crescimento da extrema-direita, que põem fim ao "ciclo socialista" liderado por António Costa.
"As direitas impõem-se em Portugal", lê-se na primeira página da edição impressa do El Pais, num texto em que o jornal diz que "o ciclo socialista parece ter chegado ao fim em Portugal" depois de uma "vitória ajustadíssima" da AD e "quase um empate técnico" entre a aliança de centro-direita e o Partido Socialista (PS).
Já na edição na Internet, o El Pais tem como título: "O centro-direita ganha por mínimos em Portugal e os ultras reivindicam entrar no Governo", numa referência ao Chega.
O El Mundo, outro jornal nacional espanhol, dedica dois artigos a Portugal na edição 'online', onde escreve, num dos títulos: "Portugal com empate técnico. E agora?"
O jornal escreve que Portugal pode viver "semanas de incerteza" em relação ao novo Governo se o líder do PSD, Luís Montenegro, que conseguiu uma "vitória mínima", "mantiver o compromisso de não fazer acordos com a direita radical do Chega".
O El Mundo sublinha que "a direita dura do Chega disparou de 7,2% para 18% dos votos e superou um milhão de votos".
Na Catalunha, o jornal La Vanguardia escreve, na primeira página, que "as direitas impõem-se em Portugal face ao retrocesso socialista" e sublinha a duplicação de votos na extrema-direita.
"Portugal virou ontem à direita pelo carril do extremismo depois de uma contagem renhida até quase ao último voto", lê-se no La Vanguardia.
Na Galiza, o La Voz de Galicia destaca na primeira página da edição impressa o "empate nas eleições portuguesas" e a vitória "mínima" da AD de Montenegro, que "tentará formar governo".
O jornal destaca também que o Chega "quadruplicou os deputados" que tinha na legislatura anterior.
A televisão pública nacional espanhola (RTVE) tem na página na Internet o título: "Os socialistas concedem a vitória à coligação conservadora no meio de um empate técnico".
Nas eleições legislativas de domingo, a coligação AD, que junta PSD, CDS e PPM, obteve 79 mandatos, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 eleitos (18,06%).
A IL, o BE e o PAN mantiveram os mandatos (oito, cinco e um, respetivamente). Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares, e ficou com quatro deputados.
Por apurar estão os quatro lugares da emigração na Assembleia da República, que o PS ganhou em 2022, com três mandatos.