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Imprensa britânica destaca incerteza sobre governação em Portugal

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A viragem do país para a direita nas eleições legislativas portuguesas de domingo são hoje motivo de notícia nas páginas eletrónicas de vários jornais britânicos, que destacam a incerteza em relação ao próximo governo.

O jornal The Times refere que o líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, concedeu a derrota ainda no domingo "apesar de uma margem muito pequena" e destaca que o Chega, de extrema-direita, quadruplicou o número de deputados. 

"O resultado representa um ganho significativo para a direita na União Europeia, onde partidos de direita venceram eleições ou aderiram a coligações em Itália, Grécia, Suécia e Finlândia nos últimos dois anos", salienta o jornal. 

O Times prevê que a Alternativa Democrática "poderá tentar formar um governo minoritário sem o Chega que pode ser instável" pois dependeria da abstenção do PS em votações importantes. 

O jornal The Guardian refere que o líder do PSD, Luís Montenegro, o principal partido da Aliança Democrática, vai estar sob "pressão considerável do seu próprio partido para chegar a um acordo com o partido de extrema-direita para ajudar o PSD a chegar ao governo".

"Mesmo com o apoio da Iniciativa Liberal, de menor dimensão, de centro-direita, qualquer potencial governo minoritário liderado pela Aliança Democrática provavelmente ainda teria de contar com o apoio do Chega para aprovar legislação, deixando a sua estabilidade nas mãos da extrema direita", observa.

O 'site' da estação BBC salienta que "o centro-direita de Portugal reivindicou uma vitória eleitoral estreita, mas tem poucas hipóteses de formar um governo maioritário" e que o país acabou com "o parlamento mais fragmentado desde o fim da sua ditadura, há meio século atrás."

A coligação AD, que junta PSD, CDS e PPM, obteve 79 mandatos, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 eleitos (18,06%).

A IL, o BE e o PAN mantiveram os mandatos, oito, cinco e um respetivamente. Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares, de seis para quatro mandatos.

Por apurar estão os quatro lugares da emigração, que o PS ganhou em 2022, com três mandatos.