DNOTICIAS.PT
eleições legislativas Madeira

Edgar acha que ‘Síndroma de Isaltino’ ajudou ao resultado do PSD na Madeira

None

O líder da CDU-Madeira, Edgar Silva, afirmou, esta noite, que a coligação liderada pelo PSD beneficiou de um “discurso de vitimização de ataque à Madeira” que se seguiu às buscas realizadas no âmbito da investigação a alegados casos de corrupção, numa “narrativa muito primária” e que “revela indícios de uma consciência política ainda muito embrionária e básica”. Definiu o fenómeno como ‘Síndroma de Isaltino’, numa referência ao presidente da Câmara de Oeiras.

“Isaltino Morais é acusado, condenado, cumpre pena de prisão, sai e ainda tem mais votos do que antes, por processos de comprovada corrupção. Esta vitimização de determinados protagonistas políticos funciona em determinados contextos e tem implicações para as [eleições] regionais”, declarou o dirigente comunista. Ainda sobre esta questão, Edgar Silva descreveu que “o PS, para tirar dividendos eleitorais, pretendeu alegar que o PSD e Albuquerque teriam perdido a confiança do eleitorado pelo facto de ser arguido”, o que se revelou “desastroso” e deixou o partido liderado por Paulo Cafôfo “esfrangalhado”.

Quanto ao resultado da CDU na Madeira, Edgar Silva entende que “não teve quebra eleitoral” e “mantém a mesma base das últimas eleições”. “Até ao contrário do resto do país, é na Madeira que a CDU segura o seu eleitorado. Em algumas freguesias até cresceu, nomeadamente em zonas do Funchal onde tivemos melhores resultados do que nas eleições de 2022. A CDU na Madeira, do conjunto do país, é o lugar onde mantém a sua base eleitoral. Não teve quebra”, sublinhou.  Por outro lado, disse que não é possível extrapolar os resultados deste domingo com as prováveis eleições antecipadas na Madeira, pois “as eleições regionais são sempre diferentes, como se viu de Setembro para agora”. “São dinâmicas completamente diferentes”, acrescentou.

De resto, Edgar Silva abordou o crescimento da extrema-direita como um problema e explicou porquê: “Quando a extrema-direita chega ao poder, a primeira coisa que faz é um ataque ao estado social, uma regressão em termos de direitos políticos, democráticos, sociais e económicos da população. É o que está a acontecer na Argentina, Itália e noutros países. O desafio está em como mobilizar forças para defender conquistas e direitos que precisam ser salvaguardados. Essas vão ser as grandes batalhas”.

Já a cabeça-de-lista da CDU pelo círculo da Madeira, Sílvia Vasconcelos, reconheceu que ficou desiludida com o resultado de “toda a esquerda” e com o “crescimento evidente da extrema-direita” no país, que foi “de tal modo, que respingou para cá”. Ainda assim, congratulou-se com o facto do seu partido ter segurado o eleitorado na Região. “Não fomos além do que esperávamos. Mas há que salientar que a partir de amanhã estaremos no terreno, com grande força e convicção, para impedir que as portas que Abril abriu que não voltem a fechar”, rematou.