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Ventura assinala "resultado histórico" do Chega e fim do bipartidarismo

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O presidente do Chega, André Ventura, considerou hoje que as projeções de resultados apontam para um "resultado histórico" e o fim do bipartidarismo, defendendo que a direita deve ser responsável e "dar um Governo estável a Portugal".

"O Chega pode atingir esta noite mais de 20% dos votos, é um resultado absolutamente histórico", afirmou, em declarações aos jornalistas, à chegada ao hotel onde o Chega montou o "quartel-general" para esta noite.

André Ventura chegou cerca das 20:20 ao hotel que o partido escolheu para acompanhar a noite eleitoral, acompanhado da mulher.

"O que tenho para dizer é agradecer. Hoje sinto-me realizado. Sinto que apesar de não ter vencido, que era a grande meta que tínhamos estabelecido, conseguimos fazer algo histórico em Portugal. Vamos ver se se confirma", indicou, defendendo que os valores projetados, que definiu como uma "grande vitória", permitem "ao Chega negociar um Governo".

O presidente do Chega considerou também que, "a confirmarem-se as projeções" dos resultados, hoje "é o dia que assinala o fim do bipartidarismo em Portugal".

André Ventura defendeu também que, "segundo tudo indica, haverá uma maioria forte à direita para governar" e isso "significa que a partir desta noite temos de começar a trabalhar para que haja um governo estável em Portugal".

"Agora temos uma maioria nas mãos, os portugueses deram-nos uma maioria, seremos totalmente irresponsáveis se não a concretizarmos com um Governo que espero que amanhã possa começar a ser feito", salientou.

Questionado se o Chega se vai moderar, o líder indicou que partido vai continuar a levar o seu ADN para o parlamento mas considerou que, "com esta magnitude de valor", tem de ser responsável.

Ventura defendeu que toda a direita tem de o ser, incluindo aqui PSD e IL: "Tomos somos chamados agora para construir essa alternativa e dar uma solução de estabilidade".

"É uma clara mensagem do país a dizer assim nós não queremos maiorias absolutas, queremos um governo a dois. Cabe a quem pediu maiorias absolutas e não as teve, ou pediu maiorias e não as teve, interpretar esses resultados", sustentou.

Questionado se integrar esse governo é condição, o presidente do Chega respondeu: "Evidente, porque senão não haverá nenhum acordo de governo".

E considerou que "os portugueses manifestaram-se e disseram claramente que querem um Governo de dois partidos, do Chega e da AD".

André Ventura remeteu para depois esclarecer se poderá apresentar uma moção de rejeição a um governo da AD caso não haja acordo que integre o seu partido e alertou que há "um orçamento para aprovar e que isso só pode ser feito com o apoio do Chega".

Questionado também se vai ligar ao presidente do PSD, o cabeça de lista por Lisboa referiu que quer primeiro "confirmar os resultados" e indicou que vai telefonar à sua mãe para lhe transmitir estar "muito feliz".

O presidente do Chega deixou ainda uma mensagem ao Presidente da República, afirmando que os portugueses "deram uma lição de democracia também a Marcelo Rebelo de Sousa".

"Espero que o Presidente da República perceba hoje que não há ninguém que seja dono da vontade popular, nem Presidente da República, nem primeiro-ministro", defendeu.

À chegada, André Ventura foi cumprimentado e abraçado por alguns apoiantes, que cantavam "Pouco importa, pouco importa, se eles falam bem ou mal, queremos o André Ventura a mandar em Portugal".

As projeções das televisões sobre os resultados das eleições legislativas de hoje apontam uma vitória da AD e um crescimento do Chega, que se deverá manter como terceira força política.

O Chega, que elegeu 12 deputados em 2022 com 7,38% dos votos, poderá formar este ano conseguir mais de 40 mandatos.

A SIC indica que poderá ter entre 16,6% e 20,8% dos votos, a TVI entre 16,6% e 21,6%, a RTP entre 14% e 17% e a CMTV entre 15,6 a 20,6% dos votos.