Porto Santo, o melhor “Destino de Praia” da Europa
Sou muito pouco dada a viajar por esse mundo fora (viajo mais através dos livros), por razões que não vêm agora ao caso, daí que não me posso permitir fazer comparações, mas não tenho qualquer dúvida de que a “minha” praia é merecedora de todos os galardões (comprados ou não) que lhe forem atribuídos.
Aliás, já foi eleita a melhor “Praia de Dunas” no âmbito do Concurso 7 Maravilhas-Praias de Portugal.
Contudo, na minha modesta opinião, há que chamar os bois pelos nomes e, desde alguns anos a esta parte, não lhe tem sido dado o melhor cuidado, na preservação e manutenção. Diria mais. Tem sido sistematicamente descurada. Desde o temporal que assolou a ilha em 2018, quando o mar galgou as dunas destruindo muitas delas, a verdade é que elas continuam lá, exactamente como o mar as deixou, apenas sinalizadas por cordas esticadas, presas por estacas enterradas na areia.
O vento costuma soprar forte por estes lados e, sem querer ou de propósito, o vento segredou-me que o “Projecto Life Dunas” foi uma “invenção oportuna para calar as vozes dissonantes que reclamavam o cuidado urgente da restauração das dunas, essenciais à nossa segurança e dos nossos bens. Eu confiei naquele vento, da mesma forma que confio nas pessoas até prova em contrário, mesmo sabendo que “quando brigam as comadres se descobrem as verdades”.
Verdade ou inverdade, o facto é que está o fundamental por fazer.
Na orla marítima, em cima das dunas e até na praia há construção que não deveria existir. Todos os acessos à praia, antigamente utilizados pelos locais foram vedados, em virtude da construção de unidades hoteleiras, bem como foram concessionadas as melhores parcelas da praia, reservadas aos usuários dessas unidades. A praia de hoje não é, seguramente, a praia que eu conheci quando menina e moça. A continuar assim, os filhos e netos dos meus filhos terão de pagar para usufruir de um bocadinho para estender a toalha. Quando há êxito todos clamam pelos louros. Quando as coisas correm menos bem, como aconteceu recentemente com a invasão de sargaço(?) e posterior remoção, ninguém sabe de quem é, nem a quem pedir responsabilidade. Falar de uma realidade que está à vista de todos, não é dizer mal, nem tem de ser assim interpretado. É no sentido de intervir, para se poder melhorar, sempre que possível. As redes sociais, mesmo com todas as suas inconveniências, têm tido um papel preponderante na divulgação de situações que têm de ser conhecidas a fim de poderem ser resolvidas.
Quando se fala em Porto Santo é a praia que surge como primeira referência. Desconheço a promoção feita na BTL, mas não devo andar muito longe da verdade ao presumir que a NOSSA praia esteve em destaque. Não a matem. Não nos privem do melhor com que a Natureza nos brindou.
Falar das coisas (da nossa Terra) que não estão bem não é ser invejoso, maldizente, mau carácter e ignorante, entre outros epítetos. É ser pela verdade. É ser pelo Porto Santo, que é de todos, não só de meia dúzia. Porque as pessoas vão passar. O Porto Santo há-de ficar.
Madalena Castro