A abstenção nunca ganhou eleições!
O significado desta palavra tem inúmeros sinónimos: abstenção = renúncia, desistência, recusa, abstinência, privação, isenção, jejum, continência, rejeição, repúdio, enjeitamento, nega, mas por vezes no caso dum ato eleitoral poderá até ser discordância, desilusão, resignação ou até revolta porque não se identificam com o sistema que foi posto em prática e que no caso de Portugal concretamente vigora há meio século. Todos estes modos de comportamentos do eleitorado leva a crer que não encontram em nenhuma das forças política a alternativa desejada à solução dos problemas e das circunstâncias que afectam os cidadãos daí que: neste momento quase metade dos eleitores pura e simplesmente se desmotivam para exercer aquilo que até poderia ou deveria ser uma obrigação. Uma das razões que as pessoas acham que não vale a pena votar é a de que (dizem elas), de que nos serve, afinal ganham sempre os mesmos! Mas já repararam o porque ganham sempre os mesmos, por essa atitude, os que acham que são sempre os mesmos não têm a coragem de votar contra, para que sejam outros a vencer, porque os mesmos os que beneficiam do sistema, essas não falham para não perderem as suas benesses, enquanto que os que supostamente discordam, ficam resignados e não vão votar. Outra das razões que é frequente ouvir: Hã!!! são todos iguais. Pois até aqui e porque o sistema foi adaptado às circunstâncias, os oportunistas que sabendo de antemão que tipo de povo lidam, aproveitando-se da ingenuidade dos cidadãos e da falta de cultura democrática do povo português, sequestraram a democracia, legalizaram o roubo e institucionalizaram a corrupção, por vezes criando as próprias leis que os inibe do crime e convertendo a (justiça) em cúmplice e manipulando os meios de comunicação para passarem uma informação por vezes falsa, que leva ao descrédito e degradação das instituições. Não podemos continuar a achar que a resignação é a solução e que não existe meios para alterar o panorama político do país encontrando uma possível alternativa. Razão aqui mais do que suficiente para votar em propostas novas ou naqueles que ao menos nunca tiveram a oportunidade de mostrar que se pode fazer mais e melhor. E ainda há aqueles que acham que é melhor manter os que cá estão, pois taxativamente acham que se mudar virão outros num novo oportunismo fazer aquilo que foi feito até aqui, por isso fazem jus ao velho ditado: (melhor o mal conhecido que o bom por conhecer). Mas será que democracia são 47 anos de hegemonia dum só partido, no caso da R.A. da Madeira, ou de meio século do perpetuar a corrupção, compadrio, oportunismo, vigaristas, corruptos como tem-o sido a nível nacional de que têm o direito de estar à frente dos governos, ou será que um cidadão comum, sério, honesto, empenhado, disposto a dar o seu contributo à nação como se de um militar em idade de serviço à nação, poderia trazer de novo a esperança e devolver a confiança na autêntica democracia? No dia 10 de Março os eleitores seremos chamados a dar o nosso aval a que futuros governantes possam tomar as rédeas da gestão governativa do nosso país. Vou tomar a liberdade de transcrever uma frase de Francisco Sá Carneiro: “A abstenção é um acto de covardia política”. Os mações votam, os ricos votam, os corruptos VOTAM, os boys votam, os militantes dos partidos votam, os beneficiários do regime e os oportunistas votam, o povo, o cidadão comum abstém-se, vota branco ou nulo e depois anda 4 anos a reclamar, a protestar. Este é o verdadeiro mito urbano já conhecido. A ideia de que se a maioria dos eleitores se abstivessem, votassem branco ou nulo o ato eleitoral seria anulado, achando ser essa a formula de mostrarem a sua condenação do sistema e o seu desagrado para com os partidos. Para que duma vez por todas fique esclarecido, e segundo a CNE as leis eleitorais são claras. O que sucede se num ato eleitoral os votos brancos, nulos e a abstenção forem superiores aos votos nas candidaturas, (não terá qualquer tipo de influência) no resultado final sobre os votos nas candidaturas, (vulgo votos válidos) e os lugares a atribuir serão os que dependerem desses mesmos votos. Eis a razão pela qual a abstenção, os votos brancos ou nulos nunca ganharam eleições e são um acto de pura covardia contra a democracia, e a um extremo atentado pondo em causa a liberdade. Daí que no dia 10 de Março os cidadãos devem mostrar uma atitude responsável e será um desígnio nacional o facto de comparecer no local de voto e mostrar a sua luta pela preservação da liberdade e a consagração de 50 anos de autêntica democracia.
A. J. Ferreira