BE Madeira preocupado com "ausência de respeito por quem trabalha" na RTP
Candidatura fala em "discriminação entre homens e mulheres, pressão e assédio laboral"
A candidatura do Bloco de Esquerda Madeira à Assembleia da República reuniu-se esta sexta-feira, 1 de Março, com a Comissão de Trabalhadores da RTP, que apresentou as suas principais preocupações relativamente ao centro regional do canal televisivo, "que aposta cada vez menos na produção regional, limitando recursos e o cumprimento do serviço público subjacente à sua função".
A principal preocupação, revela o BE Madeira, corresponde à falta de profissionais e à sobrecarga dos existentes, num sinal de "ausência de respeito por quem trabalha e garante a emissão diária do canal público de televisão".
Há uma clara falta de profissionais, nas mais variadas áreas, que é colmatada com a acumulação de funções e de responsabilidades dos profissionais do quadro, sem que vejam a sua carreira e condições salariais revistas há vários anos, e também pelo recurso a um número cada vez maior de trabalhadores precários, que são pagos à hora ou por dia de trabalho, mas que exercem actividade profissional na RTP-M há vários anos. O mesmo se aplica à rádio pública. BE Madeira
A candidatura do BE Madeira alerta ainda para a "gritante discriminação salarial entre os colegas do centro regional e os que operam nos grandes centros operacionais da televisão pública", apontando para a existência de "discriminação entre homens e mulheres, da pressão e assédio laboral a que, muitas vezes, estão sujeitos, com consequências para a sua motivação e saúde mental".
O Bloco de Esquerda afirma que defende "a importância do serviço público que é prestado pela RTP, que foi e é fundamental quer dentro do território quer na ligação que mantém com os nossos emigrantes", pelo que exige "a aposta no reforço dos centros regionais e na produção própria, com financiamento adequado e autonomia", assim como "melhores condições remuneratórias para os profissionais que estão há anos na mesma categoria, com a agravante de, à custa da polivalência, virem acumulando cada vez mais funções".
Porque o Estado tem de cumprir e fazer cumprir a lei laboral e os acordos da empresa, a vinculação dos profissionais precários afigura-se como algo da mais elementar justiça. BE Madeira