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Detidas 45 pessoas em manifestações a favor de opositor do Kremlin

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Foto EPA

A polícia russa deteve hoje pelo menos 45 pessoas em manifestações a favor do opositor Alexei Navalny, cujo funeral se realizou em Moscovo, segundo a organização não-governamental especializada OVD-Info.

A maioria das detenções ocorreu em cidades que não a capital, indicou o grupo independente de defesa dos meios de comunicação social e dos direitos humanos que se dedica ao combate à repressão na Rússia.

"No total, a OVD-Info tem conhecimento de mais de 45 detenções", declarou a organização na rede social Telegram.

Seis dessas pessoas foram presas em Moscovo, enquanto as outras foram detidas noutros locais, como Novosibirsk, na Sibéria, ou na região de Voronezh.

Hoje de manhã, a presidência russa (Kremlin) advertiu contra a violação da legislação sobre manifestações não autorizadas durante o funeral de Navalny, que morreu na prisão em circunstâncias pouco claras.

"Gostaríamos de lembrar que há uma lei que deve ser respeitada: qualquer reunião não autorizada constituirá uma violação da lei", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Navalny, que morreu a 16 de fevereiro numa prisão do Ártico, foi sepultado hoje no cemitério de Borissovo, em Moscovo, rodeado de familiares e amigos.

"O caixão foi baixado à terra", anunciou nas redes sociais Ivan Jdanov, um dos colaboradores mais próximos do líder da oposição, citado pela agência francesa AFP.

"Adeus, meu amigo", acrescentou.

A multidão reunida perto do cemitério gritou "Não à guerra!" em protesto contra o ataque russo à Ucrânia, que começou há mais de dois anos, noticiou a AFP.

"Ele não tinha medo e nós não temos medo", gritaram apoiantes de Navalny, apesar da grande presença policial na zona.

"Não vamos perdoar", gritaram também.

Crítico declarado do regime do Presidente russo, Vladimir Putin, e carismático defensor da luta contra a corrupção, Navalny morreu aos 47 anos em circunstâncias ainda pouco claras.

Os serviços prisionais disseram que sofreu um colapso súbito após uma caminhada na colónia penal do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos por extremismo e a certidão de óbito menciona causa natural,

Os seus associados, a viúva Yulia Navalnaia e muitos líderes ocidentais acusam Putin de ser o responsável pela morte de Navalny.

A presidência russa negou tais acusações.