Israel ataca quatro quartéis do Hezbollah no sul do Líbano em resposta a 'rockets'
A Força Aérea israelita atacou hoje quatro quartéis militares do movimento xiita Hezbollah no sul do Líbano, em resposta a disparos de 'rockets' que fizeram soar sirenes de alarme em vários pontos do norte de Israel.
"Na última hora, foram identificados vários lançamentos de 'rockets' em direção à zona de Manara, Har Dov (Quintas de Shebaa) e Malkia, no norte de Israel. Não se registaram feridos, e as Forças de Defesa de Israel estão a responder com fogo contra a origem do bombardeamento", indicou o Exército israelita num comunicado.
Aviões de combate bombardearam uma posição militar em Marun El-Ras, "onde estavam a operar terroristas do Hezbollah", bem como três complexos militares nas cidades de Yohmor e Naqura, depois de terem atingido "infraestruturas terroristas" em Meiss el-Jabal, na quinta-feira à noite, precisou.
Além disso, as forças israelitas atacaram com artilharia e morteiros outros pontos do sul do Líbano, com o objetivo de afastar a presença do Hezbollah, milícia apoiada pelo Irão, da fronteira norte.
O Hezbollah reivindicou hoje pelo menos oito ataques com mísseis e "armas apropriadas" a Israel, tantos como na quinta-feira, quando, à noite, lançou uma rajada de mais de 30 'rockets' aparentemente como retaliação a um ataque israelita com 'drones' (aeronaves não-tripuladas) à cidade de Nabatieh, dirigido contra dois agentes do grupo, incluindo um comandante de topo.
Esse ataque com 'drones' foi, por sua vez, uma resposta a um bombardeamento anterior do Hezbollah de uma base militar israelita que feriu três soldados, um deles com gravidade, numa intensificação das trocas de fogo na fronteira entre Israel e o Líbano na última semana.
O chefe do Comando Norte do Exército israelita, o major-general Ori Gordin, reuniu-se hoje com os presidentes de câmara e líderes locais das comunidades e municípios evacuados pela violência no norte de Israel -- de onde mais de 80.000 israelitas foram deslocados - e prometeu-lhes "mudar a situação de segurança no norte, de forma a permitir o regresso dos residentes".
"Estamos determinados a mudar a realidade da segurança, que já está a mudar atualmente, e a continuar a preparar-nos para uma expansão da guerra e para passar à ofensiva: é essa a nossa missão", sublinhou.
A fronteira entre o sul do Líbano e o norte de Israel vive o seu maior pico de tensão desde 2006, com uma intensa troca de fogo que dura há três meses e já fez pelo menos 252 mortos, a maioria dos quais do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou cerca de 184 baixas, algumas delas na Síria.
Em Israel, registaram-se 18 mortos na fronteira norte -- 12 soldados e seis civis -- e no Líbano, morreram 234 pessoas, incluindo 25 membros de milícias palestinianas, um soldado e 24 civis -- entre os quais três crianças e três jornalistas -, além dos combatentes do Hezbollah.