Percentagem de jovens que não trabalha nem estuda atinge mínimo na Madeira
Em 2023 eram 7 mil os jovens "nem-nem" na Região, dos quais 4,2 mil estavam inactivos e 2,8 mil desempregados
A percentagem dos jovens, entre os 16 e os 34 anos, que não estavam empregados, nem a estudar ou em formação (NEFF), também conhecidos por "geração nem-nem", atingiu o mínimo na Região, no ano passado.
Os dados são do Inquérito ao Emprego (IE) relativos a 2023, divulgado hoje pela Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM).
Assim, e de acordo com a DREM, a percentagem de NEFF fixou-se em 2023 em 11,5%, valor inferior em 1,6 pontos percentuais (p.p.) comparativamente a 2022, "constituindo o valor mínimo da série iniciada em 2011".
De realçar que este indicador diminuiu em todos os grupos etários, sendo a redução mais expressiva no grupo 25-34 anos (menos 2,5 p.p.).
Por género, verificou-se também que a taxa das mulheres entre 16 e 34 anos que não estão em educação nem em formação (11,1%) foi inferior à dos homens (11,9%), "invertendo-se a relação existente nos últimos anos".
A DREM revela que à percentagem de NEEF de 11,5% em 2023, equivalem 7 mil jovens, dos quais 60% estavam inactivos (4,2 mil) e 40% desempregados (2,8 mil).
Contrariamente, a nível nacional, entre 2022 e 2023, assistiu-se a um aumento da referida taxa, passando no grupo etário 16-34 anos de 9,6% em 2022 para 9,7% em 2023 (mais 0,1 p.p.).
Taxa de abandono precoce de educação e formação continua a diminuir
Na Região Autónoma da Madeira, a taxa de abandono precoce de educação e formação de 2023 (expressa em média móvel de 3 anos) fixou-se em 9,3%, uma redução de 0,5 p.p. face ao ano precedente.
Esta é outra das conclusões do Inquérito ao Emprego, hoje divulgado.
Segundo a mesma fonte, "esta variável tem diminuído continuamente desde 2013 (primeiro ano da série), ano no qual atingia 28,0%, sendo que em dez anos decresceu 18,7 p.p.. Embora não de forma linear, há uma tendência de convergência da taxa de abandono precoce regional para a média nacional", que se fixou em 7,1%, "reflectindo, em 2023, um diferencial de 2,2 p.p.".
Refira-se que em 2013, a taxa regional era superior à nacional em 7,2 p.p.. Entre 2013 e 2023, o decréscimo desta taxa na RAM foi de 18,7 p.p., enquanto a nível nacional foi de 13,7 p.p..
De notar que, em 2023, tal como nos dez anos anteriores, a taxa em questão é maior para os homens (13,4%) do que para as mulheres (5,0%), sendo que, depois de em 2020 o diferencial entre os dois géneros ter atingido um mínimo de 4,0 p.p., o mesmo voltou a aumentar nos últimos três anos.
Taxa de aprendizagem ao longo da vida atinge maior valor da série
De realçar igualmente que, em 2023, a taxa de aprendizagem ao longo da vida foi de 10,3%, a maior valor da série iniciada em 2011.
Este aumento foi mais expressivo nas mulheres (12,0%) do que nos homens (8,4%).
Refira-se que esta taxa tem vindo a aumentar desde 2021.
Ainda de acordo com a DREM, a nível nacional, em 2023, a taxa de aprendizagem ao longo da vida fixou-se em 13,4%, aumentando 0,1 p.p. em comparação com o ano anterior.
Taxas de escolaridade com tendência crescente
As taxas de escolaridade do nível de ensino básico e do nível de ensino secundário registaram também uma tendência crescente entre 2011 e 2023.
No primeiro caso, o indicador reflecte a proporção da população residente com idade entre 20 e 64 anos com pelo menos o 3.º ciclo do ensino básico completo, no total da população residente do mesmo grupo etário, tendo alcançado no último ano o valor de 71,2% (48,3% em 2011 e 70,9% em 2022).
Já a taxa de escolaridade do nível de ensino secundário, que representa a proporção da população residente que concluiu o nível de escolaridade secundário, no total da população residente com idade entre 20 e 64 anos, aumentou para 53,7% (31,6% em 2011 e 52,4% em 2022).
Considerando apenas o grupo etário 20-24 anos, esta última taxa atingiu na RAM em 2023 os 89,5%, "reflectindo um aumento de 3,9 p.p. face ao ano anterior".
A nível nacional, as taxas de escolaridade, em 2023, eram de 80,7% no caso do ensino básico e de 62,0% para o ensino secundário.
Por sua vez, a taxa de escolaridade do nível de ensino superior da população residente na RAM com idade entre 30 e 34 anos (média móvel de 3 anos) fixou-se em 37,2% em 2023 (44,9% nas mulheres e 29,9% nos homens). Apesar desta percentagem ser ainda inferior à média nacional (40,7%), constitui o valor mais alto na RAM desde 2013 (1.º ano da série com a taxa igual a 27,2%).