Nove mortos em bombardeamentos nocturnos no centro e Sul de Gaza
Bombardeamentos israelitas mataram nas últimas horas nove pessoas, incluindo crianças e mulheres, na zona central da Faixa de Gaza e na cidade meridional de Rafah, na fronteira com o Egito, segundo testemunhas e funcionários hospitalares.
Os corpos de quatro homens, três crianças e duas mulheres foram levados para o hospital Abu Yousef al-Najar, em Rafah, noticiou a agência espanhola EFE.
O bombardeamento aéreo teve como alvo duas casas residenciais na zona de Tal al-Sultan e Khirbet Al-Adas.
O exército israelita ainda não comunicou estes ataques, segundo a EFE.
Os ataques aéreos noturnos ocorreram horas depois de o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter considerado, na quinta-feira, a conduta de Israel na guerra como exagerada, referiu a agência norte-americana AP.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deixou Israel na quinta-feira, numa altura em que cresce a divisão entre os dois aliados próximos quanto ao caminho a seguir.
Mais de metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram expulsos pela ofensiva militar de Israel para a fronteira com o Egito.
Incapazes de abandonar o minúsculo território palestiniano, muitos vivem em campos de tendas improvisados ou em abrigos geridos pela ONU.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo islamita Hamas, anunciou hoje que os ataques de Israel mataram 27.947 pessoas desde o início da guerra, noticiou a agência francesa AFP.
O conflito foi desencadeado pelo ataque do Hamas em Israel, em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns.
O Hamas ainda mantém mais de 130 reféns, mas acredita-se que cerca de 30 deles estejam mortos, de acordo com a AP.
Os ataques israelitas a Rafah, onde 1,3 milhões de palestinianos sobrevivem em campos sobrelotados, aumentaram nos últimos dias e com eles o receio de uma ofensiva terrestre do exército israelita contra a zona.
Tal possibilidade provocou uma reação pública invulgar em Washington, noticiou a AP.
Joe Biden teceu a mais dura crítica dos Estados Unidos a Israel desde o início da guerra, ao considerar a conduta do aliado próximo como exagerada, e o Departamento de Estado alertou para o desastre que poderá ocorrer.
"Ainda não vimos qualquer prova de um planeamento sério para uma operação deste tipo", disse o porta-voz Vedant Patel na quinta-feira.
Avançar com uma tal ofensiva agora, "sem planeamento e com pouca reflexão, numa área onde há um milhão de pessoas abrigadas, seria um desastre", acrescentou.