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Exército iraquiano diz que ataque dos EUA em Bagdade térmica com coligação internacional

O primeiro ministro Masrour Barzani está a ser pressionado pelos militares

Foto DR/XTwitter/Masrour Barzani
Foto DR/XTwitter/Masrour Barzani

O Exército iraquiano considerou hoje que o assassinato pelos Estados Unidos de um alto comandante da milícia xiita iraquiana Kataib Hezbollah obriga o Governo a "encerrar a missão" da coligação internacional liderada por Washington.

"As forças dos EUA repetiram irresponsavelmente todas as ações que minam os entendimentos estabelecidos (...) e cometeram assassinatos flagrantes através de ataques aéreos no coração de um bairro residencial da capital, Bagdade, sem qualquer consideração pelas vidas de civis ou pelas leis internacionais", sublinhou o porta-voz do Exército, Yahya Rasul, em comunicado.

Esta ação "obriga mais do que nunca o Governo iraquiano a pôr fim à missão desta coligação [internacional], que se tornou um fator de instabilidade", realçou, acrescentando que a referida aliança antijihadista criada para combater o grupo Estado Islâmico (EI) "ameaça envolver o Iraque no ciclo de conflito".

Rasul insistiu que com este ataque, as forças dos EUA "colocam em perigo a paz civil, violam a autonomia iraquiana e ignoram a segurança e a vida dos nossos cidadãos".

O porta-voz fazia referência às negociações entre os EUA e o Governo iraquiano sobre o futuro da presença da coligação internacional em bases em território iraquiano, que foram alvo de ataques de mísseis e 'drones' por parte de milícias xiitas iraquianas desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas em Gaza.

As ofensivas das milícias pró-iranianas resultaram numa resposta por Washington.

O Governo do Iraque anunciou hoje que vai retomar, no domingo, as conversações com os Estados Unidos para o fim da coligação militar internacional contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

Esta coligação internacional ajudou as forças de segurança iraquianas, e as Forças de Mobilização Popular um grupo de milícias pró-governo de facto integrado nas Forças Armadas iraquianas, a derrotar o EI, que ocupou parcialmente o país em 2014 e foi eliminado territorialmente em dezembro de 2017.

Os EUA anunciaram esta quarta-feira que mataram um comandante do Kataib Hezbollah [Brigadas do Hezbollah, em português] durante um atentado à bomba no leste de Bagdade.

Segundo o Comando Central das Forças Armadas dos EUA (Centcom), este alto comandante foi "diretamente responsável" pelo planeamento dos ataques daquela milícia pró-iraniana contra forças dos EUA destacadas no Médio Oriente.

O ataque de quarta-feira segue-se ao bombardeamento de 02 de fevereiro pelos EUA contra posições de milícias pró-Irão no Iraque e na Síria, em retaliação ao ataque de 28 de janeiro que matou três soldados dos EUA na Jordânia, perto da fronteira com a Síria.