Equador pondera enviar equipamento militar russo fora de uso para Ucrânia
O Equador está a ponderar entregar equipamento militar russo fora de uso aos Estados Unidos, para que possa ser enviado para a Ucrânia, disse hoje o secretário de Estado adjunto dos EUA para a América do Sul.
"O Governo equatoriano ainda está a estudar a questão", disse o secretário de Estado adjunto dos EUA para a América do Sul, Kevin Sullivan, em declarações a uma estação de televisão local, citadas pela AFP.
Em visita ao país sul-americano, o diplomata norte-americano explicou que se trata de um acordo "que visa a transferência de equipamentos para o Governo ucraniano, que luta contra a invasão russa do seu território", e manifestou-se "muito feliz" pelo apoio do Equador à Ucrânia.
Quito concordou com Washington em trocar equipamento militar russo que, segundo o Presidente Daniel Noboa, se tornou "sucata", por novas armas fabricadas nos EUA no valor de cerca de 200 milhões de dólares (cerca de 186 milhões de euros).
O Equador deverá entregar seis helicópteros MI, lança-'rockets' de longo alcance e sistemas de defesa aérea.
Em troca, deverá receber armas modernas para enfrentar os grupos criminosos ligados ao tráfico de droga que assola o país, organizações agora descritas como "terroristas", após uma onda de violência criminosa sem precedentes, no início de Janeiro.
"Presumimos que uma decisão tão imprudente do lado equatoriano foi tomada sob forte pressão de partes externas interessadas", comentou a porta-voz diplomática russa, Maria Zakharova, no final da semana passada.
A diplomata garantiu que Quito está contratualmente obrigado "a não transferir [aquele equipamento] a terceiros sem acordo da parte russa".
"Se fosse 'sucata', é improvável que Washington tivesse oferecido em troca veículos modernos de custo considerável", acrescentou.
A Rússia, um dos principais consumidores de banana do Equador, anunciou que proibiria, a partir de segunda-feira, a compra daquele fruto a cinco exportadores equatorianos e que aplicaria a mesma medida, a partir de sexta-feira, às flores equatorianas exportadas para a Rússia.
Moscovo alega que a banana do Equador é afetada pela mosca jubarte, que a agência local de controlo fitossanitário afirma não ser uma praga agrícola e não representar um risco para a saúde.