“Chama-lhes antes que te chamem a ti!”
Alguém já chamou durante muito tempo os nossos conterrâneos do continente de cubanos, fascistas, traidores aos que não eram compatíveis com os seus métodos e tantos outros nomes. Aos imigrantes chegou-se à ofensa verbal, e aos adversários políticos nomes que em nada abonavam à boa educação, no entretanto a maior parte das vezes que foram proferidas essas palavras acabavam em aplausos da multidão assistente. Somos um país que crescem e se regozija muito à custa do apontar o defeito aos outros. Deliramos ao descobrir as falhas alheias como se isso fosse uma das formulas de subir na vida ou de atingir algum grau académico ou de destaque na imprensa, gostamos de protagonismo, ser famoso é chique. alguém dizia que: antes o diário pessoal era fechado à chave, hoje até o mais ínfimo dos suspiros são estampados nas redes sociais. Até parece causar algum conforto e felicidade por não sermos nós que erramos e, dos nossos erros ainda ninguém se apercebeu. Porque o sistema instalado interessa a muitos protagonistas da situação atual, quem neste momento contesta o modelo implementado pelos políticos do sistema e combate a corrupção, é apelidado de fascista, extremista, xenófobo, racista e todos os nomes possíveis terminados em (ista), querendo com isso continuar a intimidar a população que já começa a despertar dum estado de hipnose levado a cabo pelos partidos do sistema. Uma prática que à muito vem sucedendo, os incumpridores, os que defendem tudo o que seja desonesto, e vigarice atacam os seus adversários e contestatários chamando-lhes todos os nomes possíveis e imaginários. Esta tem sido a formula encontrada para que a extrema esquerda ( e não só) querer perpetuar e tentar «combater» aqueles que definitivamente achamos que a política terá forçosamente de ser desempenhada por gente séria e honesta. Mas o vício da corrupção, do oportunismo, da vigarice e da trafulhice está de tal modo enraizado na nossa sociedade que parece tão normal ao ponto de os cidadãos sentirem-se impotentes e desmotivados em aceitar que afinal a degradação da classe política só reside num facto: numa sociedade sem cultura democrática, os cidadãos estão desprovidos de meios para combater o maior flagelo da nação; “A Corrupção”. Mas será mesmo que é assim ou os sucessivos facto, o desenrolar dos acontecimentos e o comportamento da justiça perante factos de evidencia clara, ficam-se de braços cruzados adiando o veredito dos mesmos? Os cidadãos ou resignaram-se aos acontecimentos, na sua impotência de se acharem incapazes de alterar o ciclo desta podridão que tomou conta do nosso país e deteriorou toda a sociedade que à partida teria tudo para paulatinamente melhorar a vida de todos portugueses. A razão porque chegamos até aqui são todos os factos que a impressa nos metralham, que ouvimos diariamente e que nos causa repulsa e revolta.
Após 50 anos do derrube dum regime que veio colmatar um colapso político o qual desde a implantação da República em 1910 até ao golpe militar de 1926, Portugal teve oito Presidentes da República, quarenta e quatro reorganizações de gabinete e vinte e uma revoluções. Até então o caos político e económico através da implantação dum regime controlado por uma mão forte que controlava tudo e todos. Volvidos quase meio século da conquista da liberdade e a implementação dum regime democrático, será que essa liberdade não há-de permitir que a democracia possa ser exercida por gente séria e honesta, que dentro dessa liberdade a justiça não possa ser firme e rigorosa com quem prevarica, esbanja e rouba o fruto do trabalho de todos nós? Quero acreditar que a democracia que o povo português imaginou e sonhou ser possível um país prospero dar-nos-á mais uma oportunidade de podermos escolher gente séria que querem em liberdade e de forma democrática mostrar uma nova maneira de gerir os destinos do nosso país. Existem neste momento mais de 5 milhões de portugueses em condições de mudarem o rumo dos acontecimentos, os quais recusaram-se até aqui de votar pois a cada vez que eram chamados, a desmotivação e o descrédito se acentuaram. Agora a mesma democracia proporciona-nos mais uma, talvez a derradeira oportunidade de acreditar que a liberdade é uma conquista a dizer como “Sir Winston Churchill” que a democracia seria a pior forma de governo à excepção de todos os outros. Não podemos continuar alheios a tudo isto e deixar que sintamos a liberdade condicionar-nos sob a ameaça psicológica de quem andou todas estas 5 décadas a hipotecar o futuro do nosso povo. Seria duma covardia sem precedentes permitir que os que andam à 50 anos a enganar o povo pudessem ser a solução dos problemas que eles próprios criaram e que apresentam a alternativa como se de um monstro se tratasse e o qual terá de ser abatido. Os culpados da miséria dos cidadãos nunca poderão ter a solução para a sua indignação. Enquanto a liberdade permitir nunca percamos a coragem de poder mudar.
A. J. Ferreira