Pedro Nuno acusa PSD de querer "fórmula fantástica" para ser sempre poder
O secretário-geral do PS referiu hoje, a propósito das eleições regionais nos Açores, que o PSD, quando perde, alia-se ao Chega e quando ganha quer que o PS o suporte, uma "fórmula fantástica" para garantir que é sempre poder.
"Eu faço um apelo para que sejamos todos coerentes. Nós sabemos que a coligação [PSD/CDS-PP/PPM] venceu e que a coligação, mais a Iniciativa Liberal e o Chega tem a maioria, isso é o que nós todos sabemos. Aquilo que o PSD quer é que, quando perde as eleições, faz uma aliança com o Chega, quando ganha as eleições quer que o PS suporte o Governo, isto era uma fórmula fantástica, era a forma de garantir que o PSD era sempre poder" na região autónoma, afirmou Pedro Nuno Santos.
À entrada para a conferência Fábrica 2030, organizada pelo jornal `online´ ECO, no Porto, o líder socialista assumiu que a pressão sobre o PS tem sido grande e alegou ser preciso também na vida política portuguesa ser coerente, referindo-se ao facto do presidente do Governo Regional dos Açores dizer que, em 1996, o PSD viabilizou um governo minoritário do PS.
"É falso. O PSD votou contra o Governo do PS em 1996 e, em 2020, o PS ganhou as eleições e o PSD aliou-se ao Chega para que o PS não governasse e, por isso, temos que ter aqui alguma justiça", referiu.
Na quarta-feira, o presidente do PSD/Açores e líder da coligação PSD/CDS-PP/PPM, que venceu as eleições regionais de domingo, disse esperar que o PS assuma o seu compromisso com a estabilidade e não exclui nenhum partido de conversações.
Em entrevista à RTP3, José Manuel Bolieiro fez um apelo ao "sentido de responsabilidade dos partidos", sobretudo ao PS e ao Chega.
A coligação PSD/CDS/PPM venceu as eleições regionais dos Açores, com 42,08% dos votos, e elegeu 26 deputados, mas ficou a três da maioria absoluta, segundo dados oficiais provisórios.
José Manuel Bolieiro, líder da coligação de direita, no poder no arquipélago desde 2020, disse que irá governar com "uma maioria relativa" nos próximos quatro anos.
O PS foi a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos (35,91%), seguido pelo Chega, com cinco mandatos (9,19%).
O Bloco de Esquerda (2,54%), a Iniciativa Liberal (2,15%) e o partido Pessoas-Animais-Natureza (1,65%) elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.
O representante da República para os Açores, Pedro Catarino, prevê ouvir os partidos políticos com representação na Assembleia Legislativa nos dias 19 e 20 de fevereiro, depois de publicados os resultados oficiais.