Republicanos admitem revés por 'impeachment' falhado contra responsável por migração de Biden
O líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Mike Johnson, reconheceu hoje o fracasso do seu partido depois de ter falhado o processo de destituição contra o secretário da Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.
"A noite passada foi um revés, mas a democracia é confusa. Vivemos em tempos de governação dividida. Temos uma margem muito estreita e cada voto conta", sublinhou o republicano em declarações aos jornalistas.
Johnson insistiu que o Partido Republicano tem "o dever" de "responsabilizar quer Johnson, quer a administração Biden" pela crise na fronteira, razão pela qual aprovarão a sua demissão na próxima ronda de votação.
Se a Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) der a sua aprovação no processo de destituição ('impeachment', em inglês), este seguirá para o Senado (câmara alta), controlado pelos Democratas, onde necessitarão de uma maioria de dois terços e os republicanos terão mais dificuldade em obter apoio.
Caso a destituição tivesse sido aprovada esta terça-feira, teria sido a primeira vez em quase 150 anos que a câmara baixa destituía um secretário do Governo.
Aconteceu uma única vez, em 1876, com o então secretário da Guerra, William Belknap, que, mais tarde, seria absolvido pelo Senado.
Depois de anos de discussão sobre o controlo da imigração entre as forças de segurança locais do Texas e a autoridade federal da Patrulha de Fronteira dos EUA, a crise atingiu um pico este mês, depois que as forças texanas assumiram o controlo de posições de observação de rotina utilizadas pela Patrulha de Fronteira para controlar a migração ao longo do Rio Grande.
Embora o Supremo Tribunal dos EUA tenha devolvido autoridade à Patrulha da Fronteira, o governador do Texas, Greg Abbott, decidiu invocar em resposta o que entende ser o direito constitucional do Estado de se defender contra a "invasão de migrantes ilegais, drogas e terroristas".
Em reação, o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden estendeu a mão aos republicanos e ofereceu a possibilidade de adotar uma nova lei conjunta de imigração para esclarecer a distribuição de poderes, entre outros aspetos.
Esta crise está associada ao bloqueio de um projeto de lei pelos republicanos no Congresso, que concentra novos fundos para Israel, Ucrânia e outras disposições de segurança.