Parabéns CDS
O CDS revelou um enorme sentido de responsabilidade ao vir a público apresentar uma solução para a crise política criada pelas averiguações judiciais e pela demissão do Presidente do Governo. Onde o PSD, compreensivelmente, demonstrava desorientação e divisionismo, o CDS veio impor lucidez e bom senso. Depois da demissão do Presidente do Governo e com as oposições a pressionarem para a dissolução da Assembleia Legislativa, eleita há 4 meses, havia que agir rápidamente e de forma esclarecida. Foi o que fez e bem o CDS. Uns, pouco esclarecidos outros por má fé , viram na posição do partido um “retirar de tapete” a Miguel Albuquerque, quando foi precisamente o contrário. Revelou inteligência e lealdade.
Depois do presidente do governo ter sido constituído arguido e se ter demitido, após o PAN o ter exigido, a única saída possível era fazer com que essa demissão tivesse efeitos imediatos e partir para a constituição de um novo governo, com outro presidente. Felizmente, o PSD percebeu esta realidade e na sexta-feira retomou a iniciativa política e seguiu este caminho. Resta saber se a solução será aceite pelo representante da república e pelo chefe de estado, na certeza de que esta é via que assegura a estabilidade, a aprovação do orçamento deste ano e o cumprimento da legislatura. É bom lembrar que o Governo Regional toma posse e responde politicamente perante o parlamento e o seu programa é aprovado sob a forma de moção de confiança, ao contrário do que se passa na república onde o programa nem é sujeito a votação. Resta ao PSD, CDS e PAN, encontrarem a plataforma de entendimento que dê suporte parlamentar ao novo governo.
O CDS foi o único partido a ler bem a constituição, o estatuto político-administrativo e a tirar as consequências das circunstâncias criadas pelo processo judicial. Os que defendem outras vias apostam na realização de eleições e na entrega da governação da madeira nas mãos da esquerda. É nos momentos difíceis e perante as adversidades que se vê a lealdade e a lucidez das pessoas e dos partidos.
Gonçalo Costa