Perícia ao diamante "pode ser uma irregularidade"
Advogado Paulo Sá e Cunha recusa indicar o valor apontado pela perícia, diz apenas que "é muito inferior" a 50 mil euros e que não foi avaliado pela Casa da Moeda
Defesa vai requerer nova perícia
A defesa de Pedro Calado considerou esta quarta-feira, 7 de Fevereiro, que a perícia ao diamante encontrado no gabinete do ex-autarca funchalense pode incorrer em erro já que foi realizada "sem nenhuma intervenção da defesa".
"A defesa deveria ter sido notificada para ter um consultor técnico presente", explicou, apontando que o exame "até pode ser uma irregularidade" tendo em conta a inexistência de urgência: "Uma pedra que é apreendida no dia 24 e que é submetida a um exame no dia 1... não há nenhuma razão de urgência para que no dia 1, portanto, sete dias depois da apreensão, não seja dada a possibilidade à defesa de estar presente no exame e de requerer o que tiver por conveniente".
Reafirmando, pela terceira ocasião, que o diamante "tem um valor insignificante para uma pedra preciosa", Sá e Cunha deixou a "certeza" de que vai "pedir uma nova perícia", até porque, refere, não acondicionaria um diamante na gaveta de uma secretária a meio de papelada.
Uma pedra aparentemente preciosa que está embolada num papel dentro de uma gaveta... eu se tivesse uma pedra preciosa de elevado valor não a metia num papel dentro de uma gaveta. Acho que qualquer pessoa que tem um objecto muito pequeno, que se perde com facilidade, que se esconde com grande facilidade em lugar seguro, não vai ter envolto num papel dentro de uma gaveta com outros papéis. Acho que isto não faz... Paulo Sá e Cunha
Recusando entrar em pormenores, o advogado afirmou esta tarde que a perícia feita ao diamante encontrado no gabinete do ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal não esteve a cargo da Casa da Moeda e indicou que o valor "é muito inferior" a 50 mil euros, estando "na casa das centenas de euros, pouco mais".