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Existem na Região Autónoma da Madeira graves problemas económicos e sociais por resolver. Crescem os problemas humanos e sociais gravíssimos decorrentes da falta de habitação acessível; arrastam-se, sem fim à vista, gravíssimos problemas dos trabalhadores precários; crescem as dificuldades de tanta gente em face do desastroso aumento do custo de vida, que tanto estão a penalizar os trabalhadores e o povo; à Região estão colocadas tantas situações de injustiça social e de desigualdades sociais e territoriais.
Ao Governo Regional e à atual maioria parlamentar PSD, CDS e PAN, falta-lhes legitimidade política porque não dão resposta, nem solução, às dificuldades sentidas na vida concreta da maioria da população. Porque se revelam incapazes de resolver as contradições políticas, económicas e sociais por eles geradas, PSD, CDS e PAN, não dispõem da necessária legitimidade política. Embora possam ter número suficiente de deputados para a constituição de uma maioria formal, para além da soma das partes, falta-lhes a legitimidade política reconhecida pela população. É o inferno em que se tornou a vida de tanta gente nesta terra que não confere legitimidade àquela maioria parlamentar e à sua governação.
É verdade que agora ganharam outros contornos alguns dos tentáculos do poder nesta Região.
No entanto, não é de agora que a governação exerce o poder ao serviço dos interesses dos maiores grupos económicos e financeiros da Região e do País. Há décadas que persiste um regime baseado numa teia de influências, numa vasta rede tentacular ao serviço de clientelas, com uma governação que tem sistematicamente optado por garantir as negociatas das empresas sob a sua imoral proteção.
Há muitos anos que desenvolvemos o combate contra a promiscuidade entre o poder político e os interesses económicos, de luta contra a corrupção e suas causas, na rua e na Assembleia Legislativa da Madeira, através de diversas formas de intervenção institucional, como aconteceu, entre outras iniciativas parlamentares, com as Moções de Censura apresentadas sobre aqueles problemas no Parlamento da Madeira em 2008, 2009, 2011 e em 2016.
O combate contra este regime corruptível terá de continuar. Mas, o que retira a legitimidade política à atual maioria parlamentar do PSD, CDS e PAN, é a natureza das suas políticas danosas, é a incapacidade revelada para colocar a Autonomia ao serviço do povo. A actual maioria dos deputados não tem legitimidade política porque é incompetente para a efetivação de um novo rumo e de uma política alternativa para o desenvolvimento regional.