Tribunal de Contas da UE estima que há 3,7 milhões de jovens em estágios profissionais anualmente
Um número estimado em 3,7 milhões de jovens têm, anualmente, a primeira experiência profissional em estágios profissionais remunerados na União Europeia (UE), segundo dados divulgados hoje pelo Tribunal de Contas Europeu (TCE).
A estimativa integra o documento de análise "Ações da UE de apoio aos estágios para jovens", no qual o TCE destaca não haver estatísticas oficiais sobre o número total de estágios profissionais realizados na UE, sendo a estimativa calculada a partir do número de jovens entre os 18 e os 35 anos que iniciaram a profissão atual nos três meses anteriores.
Dados do Eurobarómetro mostram que, entre julho de 2022 e junho de 2023, 19,6 milhões de jovens na UE tinham entrado no seu emprego atual nos três meses anteriores.
A análise aponta ainda para os estágios realizados em outro Estado-membro, que, ainda segundo o Eurobarómetro, aumentaram em 2023 para 21% do total, face aos 9% de 2013.
Em Portugal, estima-se em 11% o número de jovens que realizaram estágios profissionais em outro país da UE, a menor percentagem numa tabela liderada pela Roménia (28%), Eslováquia e Chéquia (27% cada), de acordo com o mais recente inquérito.
O TCE refere também que os dados entre os 27 são dificilmente coerentes e comparáveis, uma vez que falta uma definição comum do termo "estágio".
"Um quadro jurídico comparável entre os Estados-membros poderá também ter um efeito positivo nos estágios transfronteiriços", lê-se no relatório.
O estudo do Eurobarómetro no qual se baseia a auditoria mostra ainda que mais uma vez seis em cada dez inquiridos (61%) responderam ter um emprego regular, com 28,7% a afirmarem ter encontrado um emprego regular após o seu último estágio.
O inquérito revelou também que, em média, os jovens concluíram dois estágios antes de encontrarem um emprego regular.
Na análise hoje divulgada, o TCE revela que a Comissão Europeia foi a instituição da UE que, em 2022, mais estagiários remunerados recebeu (1.861), correspondendo a 6% dos funcionários, seguida pelo Parlamento Europeu (1.834, 23%), pelo Banco Central Europeu (525, 12%), o Tribunal de Justiça (212, 9%), o Conselho (109, 3%), o Comité Económico e Social (52, 7%) e o Tribunal de Contas (51, 6%).