PJ desmente nome da operação de combate à corrupção na Madeira
Revista Sábado noticiou que a acção foi denominada "Operação Zarco"
A Polícia Judiciária (PJ) contestou esta segunda-feira, 5 de Fevereiro, a intitulação da operação de combate à corrupção na Região Autónoma da Madeira que levou à realização de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias em todo o País.
No passado dia 1 de Fevereiro a revista Sábado noticiava que a acção teria sido denominada "Operação Zarco" em homenagem ao "nome do navegador que o Infante D. Henrique escolheu para mandar na ilha".
O DIÁRIO foi contactado esta manhã pelo Gabinete de Assessoria de Imprensa da instituição de investigação criminal que desmentiu a denominação da operação, reafirmando que a mesma não tem nome, tal como indicou o director nacional da PJ na semana passada em conferência de imprensa.
O título "Operação Zarco" tem sido amplamente divulgado em diversos órgãos de comunicação social, sendo certo que apesar de a PJ vir agora negar a denominação, a operação é agora conhecida por esse nome.
O processo de alegada corrupção na Região Autónoma da Madeira dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) tem ficado marcado por uma série de controvérsias, a começar pela sua dimensão. Os sucessivos atrasos na fase de inquérito com os arguidos detidos e os lapsos na apresentação das provas indiciárias têm sido questões fortes no últimos dias.
O caso envolveu uma das maiores operações logísticas de sempre para as diligências de identificação e apreensão de meios de prova. Foram 130 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias em cerca de 60 locais, 45 dos quais no arquipélago da Madeira. A operação contou com 140 inspectores da Polícia Judiciária, 10 especialistas da polícia ciêntifica, e ainda seis magistrados do DCIAP, dois juízes e oito especialistas do Núcleo de Apoio Técnico da Procuradoria-Geral da República.
Na sequência da investigação, foram constituídos arguidos e detidos, a 24 de Janeiro, três suspeitos para apresentação a primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coacção. A fase que deveria ter acontecido dentro de 48 horas está a estender-se significativamente, com investigados ainda por ouvir no 13.º dia da detenção. A colaborar para o atraso do inquérito estão uma série de falhas, nomeadamente na identificação e na apresentação dos elementos indiciários recolhidos maioritariamente na Madeira.