Biden admite bombardeamentos em território iraniano contra milícias pró-Irão
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu hoje "novas ações" contra as milícias apoiadas pelo Irão, inclusive em território iraniano, numa altura em decorrem bombardeamentos contra estes grupos na Síria e no Iraque. "Se for necessário, irei ordenar medidas adicionais, inclusive contra o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, os seus elementos e instalações, no sentido de responder a uma série de ataques contra instalações dos EUA", pode ler-se numa carta escrita por Biden e dirigida ao Congresso norte-americano.
O chefe de Estado norte-americano defende a necessidade de se realizarem bombardeamentos a alvos de milícias pró- Irão no Médio Oriente, assegurando que os Estados Unidos estão a tomar "as medidas necessárias e proporcionais", em "conformidade com o direito internacional". Segundo argumenta o Presidente democrata, os bombardeamentos são "uma resposta aos ataques de milícias afiliadas ao Corpo da Guarda Revolucionária do Irão (IRGC) contra representantes e instalações dos Estados Unidos no Iraque e na Síria. "Estes ataques continuaram e espalharam-se para um terceiro país", afirmou Biden, referindo-se a um ataque perpetrado há uma semana que matou três soldados norte-americanos numa base do nordeste da Jordânia. Em resposta, os militares dos EUA iniciaram na sexta-feira um conjunto de ataques aéreos contra grupos apoiados pelo Irão na Síria e no Iraque.
Segundo divulgou o Comando Central dos Estados Unidos(CENTCOM), os ataques "foram direcionados especificamente contra 85 alvos pertencentes à Força Quds, que integra a Guarda Revolucionária iraniana, e às suas milícias afiliadas". De acordo com o governo iraquiano e com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, organização não-governamental com sede em Londres, estes ataques na Síria e no Iraque fizeram 45 mortos, alguns deles civis.
No sábado os EUA e o Reino Unido lançaram uma nova onda de ataques no Iémen, com caças e navios, contra 13 locais associados a instalações de armazenamento de armas, sistemas de mísseis e de radares, pertencentes aos Houthis, apoiados pelo Irão. Cerca de 900 soldados norte-americanos estão destacados na Síria e 2.500 no Iraque, como parte de uma coligação internacional criada para combater o Estado Islâmico, quando este controlava áreas inteiras do território sírio e iraquiano.
A derrota do grupo fundamentalista e terrorista foi declarada no Iraque em 2017 e na Síria em 2019, mas a coligação permaneceu no país para lutar contra as células terroristas que continuam a realizar ataques.
Desde meados de outubro, mais de 165 ataques com 'drones' e foguetes tiveram como alvo as forças norte-americanas destacadas no Iraque e na Síria, com as primeiras mortes a registarem-se no ataque perpetrado a 28 de janeiro na Jordânia.