Noruega pede ao Governo e oposição venezuelana para cumprirem acordo
A Noruega pediu ontem ao Governo do Presidente Nicolás Maduro e à opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD) para concretizarem tudo o que foi acordado no memorando de entendimento e no acordo que prevê garantias eleitorais para todos.
"A Noruega reitera o seu compromisso com o processo de diálogo e negociação da Venezuela no âmbito do Memorando de Entendimento (...) É fundamental implementar o Acordo Parcial sobre a Promoção dos Direitos Políticos e Garantias Eleitorais para Todos, assinado em Bridgetown em 17 de outubro de 2023, assim como tudo o que foi acordado durante o processo de diálogo e negociação", explica em nota divulgada no sábado.
No mesmo comunicado, a Noruega sublinha "a importância de procurar soluções construtivas para as questões pendentes e chegar a acordos que salvaguardem o bem-estar do povo venezuelano".
Em 26 de janeiro último, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ratificou a desqualificação política da líder da oposição Maria Corina Machado, impedindo-a de concorrer às eleições presidenciais de 2024, apesar de ter sido eleita como candidata da maioria antirregime numas eleições primárias em que obteve 92,35% dos votos.
Ao ser conhecida a decisão, o Governo venezuelano e a oposição acusaram-se mutuamente de terem rompido o acordado.
O Presidente Nicolás Maduro acusou a oposição de "não se atrever a apoiar as investigações sobre as cinco conspirações, nem condenar as tentativas de assassínio", inclusive do chefe de Estado, pelas quais dezenas de pessoas foram detidas.
Por outro lado, o partido Vente Venezuela, de Maria Corina Machado, acusou o regime de ter detido três colaboradores e de avançar com uma "nova investida" para "intimidar e minar as forças democráticas do país".
O chefe da delegação opositora, Gerardo Blyde, instou o Supremo Tribunal de Justiça a reverter a desqualificação da candidata Maria Corina Machado por considerar que se trata de uma decisão "contrária aos mecanismos estabelecidos nos Acordos de Barbados" assinados em outubro de 2023.
Blyde dizer que a oposição "não apoia qualquer ato de violência ou tentativa de golpe de Estado, nem nenhum tipo de rutura" e que o seu único objetivo "é conseguir eleições livres, que conduzam a uma mudança política" no país.