Rússia condena bombardeamentos dos EUA contra alvos iranianos no Iraque e Síria
A Rússia condenou hoje os bombardeamentos dos Estados Unidos às instalações ligadas à Guarda Revolucionária do Irão e a grupos pró-iranianos no Iraque e na Síria e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.
"Condenamos firmemente o novo e flagrante ato de agressão da coligação norte-americana e britânica contra Estados soberanos", adiantou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zajarova, em comunicado.
A Rússia está a tentar que o Conselho de Segurança da ONU convoque uma reunião urgente para analisar a situação criada no Oriente Médio após estes ataques ocidentais, acrescentou.
Na sexta-feira, os Estados Unidos bombardearam mais de 85 alvos e instalações ligadas à Guarda Revolucionária do Irão e a grupos pró-iranianos no Iraque e na Síria, em resposta ao ataque da semana passada que matou três militares norte-americanos.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu que a resposta norte-americana ao ataque vai continuar de acordo com o calendário e nos locais que decidirem.
"É evidente que os ataques aéreos foram especialmente pensados para escalar ainda mais o conflito", sublinhou Maria Zajarova.
Segundo a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, estes ataques demonstram mais uma vez ao mundo inteiro a natureza agressiva da política dos EUA no Médio Oriente e o total desrespeito pelo direito internacional.
Os ataques não têm justificação e, além de causar a morte de civis, mostram que os Estados Unidos criam "focos de tensão" da Finlândia ao Canal de Suez e da Líbia ao Afeganistão.
Washington respondeu desta forma ao ataque de domingo na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, perpetrado por milícias pró-Irão e no qual morreram três soldados norte-americanos e outros 40 ficaram feridos.
Desde meados de outubro, mais de 165 ataques de 'drones' e ataques de foguetes tiveram como alvo soldados norte-americanos destacados numa coligação internacional antijihadista no Iraque e na Síria.
Reivindicados na sua maioria por combatentes de grupos pró-Irão que se autodenominam "Resistência Islâmica no Iraque", estes ataques ocorrem num contexto de escalada de tensões na região, tendo como pano de fundo a guerra em Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.