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Liga Portuguesa Contra o Cancro defende programa nacional de rastreio para cancro do pulmão

A incidência de cancro tende a aumentar em todo o mundo, sendo o cancro do pulmão um dos mais letais

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Foto Shutterstock

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) defendeu, hoje, a implementação de um programa nacional de rastreio populacional para o cancro do pulmão, um dos tipos de cancro mais letais. Na véspera do Dia Mundial do Cancro, assinalado a 4 de Fevereiro, a LPCC pretende, assim, alertar para a importância do diagnóstico precoce na luta contra a mortalidade por cancro em todo o mundo.

Para Francisco Cavaleiro de Ferreira, presidente da LPCC, "as práticas nacionais devem estar em linha com as recomendações europeias e a evidência científica aponta para uma relação direta entre o diagnóstico precoce, a eficiência e a efectividade dos tratamentos contra o cancro do pulmão".

“É urgente garantirmos que toda a população elegível tem a possibilidade de fazer o rastreio do cancro do pulmão. Para além da adopção de estilos de vida saudáveis, esta é a única forma de conseguirmos diminuir a mortalidade por esta doença”, sublinha o responsável citado em comunicado de imprensa.

O presidente da LPCC refere ainda que a implementação de rastreios deverá ser realizada, no seu início, através da disponibilização de projectos piloto em zonas diferentes, de acordo com caracterizações sociais, económicas e de saúde diversas, tal como preconizado pela Comissão Europeia.

Cavaleiro de Ferreira adianta também que “existem várias populações e regiões da Europa que já têm implementados programas de rastreio de base populacional para o cancro do pulmão, verificando-se, a par da redução da mortalidade, uma diminuição das despesas de saúde e do impacto social e familiar da doença".

"No nosso país, temos também de dar este passo fundamental para o sucesso da luta contra esta doença”, insiste. 

De realçar que, de acordo com o Registo Oncológico Nacional (RON), o cancro é a segunda causa de morte em Portugal, responsável por mais de 28 mil óbitos anuais, tendo sido, em 2020, responsável por 23% de todas as mortes.

Ainda segundo o RON, o cancro do pulmão é o mais mortal, com um número de óbitos que supera os cancros da mama, próstata e colo-rectal juntos, sendo responsável por 15,4% das mortes por cancro em Portugal.

Em 2020, 4.307 pessoas morreram com cancro no pulmão (3.204 homens e 1.103 mulheres) no nosso país.

Os dados do RON mostram também que, além do cancro do pulmão, os cancros da mama, da próstata e o cancro colorretal continuam a ser dos mais frequentes.

No caso particular da população feminina, o cancro da mama continua a ser o cancro com maior incidência e o mais responsável pela mortalidade das mulheres (16,1%).

Sobre o Dia Mundial do Cancro

O Dia Mundial do Cancro, é uma data instituída pela União Internacional de Controlo do Cancro, da qual a Liga Portuguesa Contra o Cancro é membro integral desde 1983. A criação da efeméride em 2000 teve como objetivo sensibilizar a população para a doença, melhorar a educação e promover a acção pessoal e colectiva na luta contra o cancro.

Desde 2022, as iniciativas implementadas para assinalar o Dia Mundial do Cancro têm tido como principal objectivo alertar para a importância de tornar acessível a toda a população, independentemente do seu nível de instrução, rendimento ou local de residência, o diagnóstico precoce e os diferentes tratamentos contra a doença, factores determinantes para a sobrevivência do doente oncológico.