Rússia também tem armas para atingir o Ocidente
O Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu hoje que a Rússia tem armas capazes de alcançar alvos no Ocidente, ao discursar perante a Assembleia Federal em Moscovo.
"Nós também temos armas capazes de atingir alvos no vosso território", afirmou Putin, citado pela agência francesa AFP.
Moscovo tem acusado os aliados ocidentais da Ucrânia de estarem a fornecer armas a Kiev capazes de atingir alvos no interior da Federação Russa.
Putin acusou ainda o Ocidente de fazer ameaças contra a Rússia que estão a criar um risco real de um conflito nuclear.
"Tudo o que estão a inventar neste momento, tudo o que estão a assustar o mundo, é uma ameaça real de um conflito que envolve o uso de armas nucleares, o que significaria a destruição da civilização", afirmou.
Putin considerou disparatadas alegações de que a Rússia pretende atacar a Europa.
"O Ocidente provocou um conflito na Ucrânia, no Médio Oriente e noutras regiões do mundo e continua a mentir", afirmou, citado pela agência russa TASS.
"Agora, sem qualquer embaraço, dizem que a Rússia tenciona atacar a Europa. Vocês e eu compreendemos que eles estão a dizer disparates", disse Putin.
O líder russo também advertiu a NATO para as consequências desastrosas se enviar tropas para a Ucrânia, segundo a agência espanhola EFE.
"Começaram a falar sobre a possibilidade de enviar contingentes militares da NATO para a Ucrânia, mas lembramo-nos do destino daqueles que uma vez enviaram tropas para o território do nosso país", afirmou, aludindo à vitória soviética contra a Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
"Mas, agora, as consequências para os potenciais intervencionistas serão muito mais trágicas", advertiu o líder russo.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, admitiu recentemente a possibilidade do envio de tropas ocidentais para a Ucrânia para ajudar a combater a invasão russa, mas os parceiros da NATO rejeitaram tal possibilidade.
Putin afirmou que o Ocidente está a tentar fazer com que a Rússia cometa o mesmo erro que a União Soviética de se envolver numa corrida aos armamentos.
Referiu que a União Soviética dedicou 13% do Produto Interno Bruto (PIB) à corrida aos armamentos, enquanto a Rússia irá atribuir 6% do PIB à Defesa até 2024.
Disse também que Moscovo tenciona desenvolver o complexo técnico-militar a fim de reforçar o potencial industrial, tecnológico e científico do país.
Putin descreveu como infundadas as acusações dos Estados Unidos de que a Rússia pretende instalar armas nucleares no espaço.
Mas reafirmou que as forças nucleares estratégicas da Rússia estão "em plena prontidão de combate".
"Sem uma Rússia forte e soberana, não será possível uma ordem mundial forte", disse.
Putin assegurou também que a Rússia está disposta a dialogar com todos os países para criar um novo contorno de segurança igual e indivisível na Eurásia.