Raimundo condena lançamento de tinta a Luís Montenegro
O secretário-geral do PCP condenou hoje o arremesso de tinta ao líder do PSD, Luís Montenegro, por um ativista climático, em Lisboa, manifestando-lhe a sua solidariedade.
"Um ato de solidariedade para com Luís Montenegro nesta circunstância. Com a atitude que tiveram, estão a afastar as pessoas de uma causa nobre que é a defesa do ambiente. Acaba por afastar e não aproximar as pessoas da causa do ambiente. Não é compreensível uma atitude desse tipo e espero que isso não se volte a repetir. Estará na responsabilidade de quem as faz", afirmou Paulo Raimundo.
Em declarações aos jornalistas durante uma arruada da CDU em Portimão, o líder comunista não esclareceu se receava ser vítima de um ato semelhante e reiterou as críticas a este tipo de protestos.
"As pessoas que eventualmente tomam essas atitudes a pensar que estão a aproximar o conjunto da população e da sociedade para a causa que defendem estão a ter um resultado contraproducente: não estão a aproximar das causas que defendem, estão a afastar as pessoas das causas que defendem. E as causas que defendem são muito mais nobres do que esta ou aquela atitude que, claro, temos de condenar, naturalmente", sublinhou.
Já em relação à proposta apresentada pelo primeiro-ministro, António Costa, de disponibilizar segurança pessoal da PSP aos líderes partidários, Paulo Raimundo descartou a ideia.
"Não precisamos, não temos nenhuma necessidade dessas medidas. Andamos muito à vontade na rua, como têm assistido. Portanto, não há nenhuma dificuldade com isso. Penso que as expressões de discordância política que às vezes se manifestam devem se manter nesse sentido. Tenho muito gosto até nesse debate e nesse confronto politico, que não tem passado disso", rematou.
Luís Montenegro foi atingido com tinta verde por um jovem, que seria depois afastado por um agente da PSP.
Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram a ação em comunicado, argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática".
O movimento estudantil reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e exige que se pare de usar gás para produzir eletricidade até o próximo ano, utilizando antes 100% eletricidade renovável e gratuita.
Montenegro anunciou, entretanto, que vai formalizar ainda hoje uma queixa contra o ativista que o atingiu com tinta verde, à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), e agradeceu as manifestações de solidariedade.