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Organizações pedem à ONU investigação sobre morte de jornalistas

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Foto Shutterstock

Organizações não-governamentais internacionais, incluindo a Repórteres sem Fronteiras (RSF), e famílias das vítimas pediram hoje à ONU uma investigação independente a ataques israelitas que mataram e feriram jornalistas no sul do Líbano em 2023.

Numa carta dirigida ao alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, os signatários exprimem preocupação por "as forças israelitas terem aparentemente como alvo deliberado jornalistas e profissionais dos meios de comunicação social no Líbano".

Os signatários pedem uma investigação independente por peritos nomeados pelo Alto-Comissariado, para "determinar os responsáveis" pelos ataques que feriram ou mataram jornalistas.

Entre os signatários contam-se a RSF, a Human Rights Watch, o Comité para a Proteção dos Jornalistas, o canal Al Jazeera e instituições mediáticas árabes e libanesas.

A família do jornalista da Reuters Issam Abdallah, que morreu num bombardeamento no sul do Líbano em 13 de outubro de 2023, e dois jornalistas da AFP, Dylan Collins e Christina Assi, feridos no mesmo ataque, também assinam a carta.

Numa segunda carta, dirigida à diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, os signatários apelam para que exija responsabilidades pelos "crimes de guerra flagrantes cometidos por Israel no sul do Líbano" contra nove jornalistas.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita Hamas, em 07 de outubro, o grupo libanês Hezbollah tem vindo a atacar diariamente posições militares israelitas, em apoio do aliado palestiniano.

Israel tem efetuado ataques em retaliação.

Uma investigação da agência francesa AFP, publicada em dezembro, sobre o bombardeamento de 13 de outubro, que matou Issam Abdallah e feriu seis repórteres, apontou para um projétil de um tanque israelita.

Em 21 de novembro, Farah Omar e Rabih Maamari, jornalistas do canal Al-Mayadeen, foram mortos em ataques israelitas, segundo os meios de comunicação libaneses.

Após o ataque de 13 de outubro, o exército israelita alegou que o local onde se encontravam os jornalistas era "uma zona de combate ativa".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês apelou para que "toda a luz fosse lançada" sobre o ataque e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que era importante estabelecer uma investigação exaustiva.

Pelo menos 284 pessoas, na maioria combatentes do Hezbollah e dos seus grupos aliados, e 44 civis, foram mortas no Líbano desde 07 de outubro, segundo uma contagem da AFP.

Do lado israelita, 10 soldados e seis civis foram mortos, segundo o exército.