Rússia garante que tomará medidas após adesão da Suécia à NATO
A embaixada russa em Estocolmo garantiu que Moscovo tomará contramedidas em relação à adesão da Suécia à NATO, numa mensagem difundida na terça-feira à noite nas redes sociais.
"A Rússia tomará medidas políticas e técnico-militares para minimizar as ameaças à sua segurança nacional", escreveu a representação diplomática, segundo a agência francesa AFP.
A embaixada russa disse que as medidas dependerão "das condições e da dimensão da integração da Suécia na NATO, incluindo a possível instalação na Suécia de tropas, meios e armas da Aliança Atlântica".
O parlamento húngaro aprovou na segunda-feira a adesão da Suécia à Aliança Atlântica, eliminando o último obstáculo a um processo que começou há dois anos, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Com a adesão à NATO, o país escandinavo vai pôr fim a mais de 200 anos de não-alinhamento militar.
"Cabe à Suécia fazer uma escolha soberana sobre a sua política de segurança", disse a embaixada russa.
"Ao mesmo tempo, a entrada da Suécia numa aliança militar hostil à Rússia terá consequências negativas para a estabilidade no Norte da Europa e em torno do Mar Báltico, que continua a ser o nosso espaço comum", afirmou.
Segundo os diplomatas russos, o Mar do Norte nunca se tornará "um lago da NATO".
A adesão da Suécia, após a da Finlândia em 2023, significa que todos os países banhados pelo Mar Báltico, com exceção da Rússia, são agora membros da Aliança.
Alguns observadores apelidaram este mar de "lago da NATO", onde os aliados poderão limitar consideravelmente os movimentos da frota russa em caso de conflito.
A entrada da Suécia irá proporcionar maior proteção aos Estados bálticos, mas Moscovo continuará a ter à disposição o enclave de Kaliningrado (território junto ao Mar Báltico que faz fronteira com dois países da União Europeia e da NATO -- a Lituânia e a Polónia), fortemente armado.
Desde 2014, o alargamento da NATO é considerado uma das "principais ameaças externas" na doutrina militar russa, o documento que determina a política de defesa do país.
Ao anunciar a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Moscovo disse que uma das razões da ofensiva militar era impedir a adesão do país vizinho à Aliança Atlântica.