Francisco Franco aborda 'O Turismo e o Ambiente'
'O Turismo e o Ambiente' foi o tema da conferência promovida pelo Clube de Ecologia Barbusano da Escola Secundária de Francisco Franco na última segunda-feira, 26 de Fevereiro, com a presença de Isabel Welsh, empresária ligada ao turismo rural e o agricultor António Sousa.
O Clube fez uma breve introdução ao tema, destacando o peso que este sector económico representa para a Região, nomeadamente, 29% do PIB regional, correspondente a 17% da população aCtiva. Alertou, também, para alguns efeitos negativos do turismo sobre o ambiente, entre os quais: a poluição atmosférica associada ao transporte aéreo, aos navios de cruzeiro e ao aluguer de automóveis; a visitação intensa de áreas protegidas (25 Fontes, Caldeirão Verde, Ribeiro Bonito, entre outras); a destruição de áreas naturais e de aptidão agrícola para a construção de unidades hoteleiras, restauração e infraestruturas afins.
Além disso, explicou que a agricultura pode ter efeitos benéficos para o ambiente e para a sociedade, na medida em que, os terrenos agricultados travam o avanço de plantas invasoras, entre as quais, eucaliptos e acácias e reduzem a quantidade de biomassa combustível, prevenindo os incêndios. Salientou que a produção agrícola aumenta a autonomia alimentar da nossa região, o que é muito importante face a um mundo cada vez mais inseguro e imprevisível.
Isabel welsh iniciou a sua apresentação, fazendo um historial do empreendimento de turismo rural que a sua família detém, na freguesia do Estreito da Calheta. Destacou a preocupação ambiental que tiveram, aquando da construção dos imóveis, nomeadamente, na reutilização de materiais de construção e no cuidado que existiu na recuperação da “casa mãe”, centenária.
Enfatizou todo o investimento e os desafios na reconversão do modo de produção agrícola, de convencional para biológico, e o grau de satisfação pela concretização desse objectivo. Por sua vez, a doutora Guadalupe Sousa, colaboradora desta empresa, enumerou todo um conjunto de medidas que estão a ser implementadas no sentido da candidatura à certificação pela Green Key, como a poupança de água, a redução e a gestão de resíduos, a poupança de energia e a utilização de energias renováveis, tendo explicado que a colaboração dos clientes é muito importante neste processo.
António Sousa, agricultor do Jardim da Serra, mencionou os produtos agrícolas cultivados por si, nomeadamente, frutícolas, como as peras abacates, tangerinas, figos, mangos e pitaias. Explicou que para a actividade ser rentável, tendo em conta os condicionalismos da Região, como as pequenas dimensões dos terrenos e o difícil acesso aos mesmos, a sua venda deve ser feita directamente ao consumidor final ou diminuir os intermediários, tendo referido a aquisição por algumas grandes superfícies. Explicou que a agricultura é uma actividade sujeita a variados riscos, como as intempéries, as doenças e as pragas, requerendo dos agricultores uma grande resiliência.
Já no período de debate, foi explicado que existem apoios governamentais para o sector da agricultura, pelo que os interessados devem procurar esses mesmos apoios. Foi, igualmente, sugerido o IVA zero para os produtos agrícolas regionais, de modo a fomentar este sector.