Advogado de Navalny detido em Moscovo
Um advogado do líder da oposição russa, Alexei Navalny, que morreu na prisão este mês, foi detido em Moscovo, noticiou hoje a estação televisiva pública britânica BBC.
Segundo meios de comunicação social russos citados pela BBC, o advogado, Vasily Dubkov, foi detido por "atentar contra a ordem pública", mas as autoridades russas ainda não confirmaram a detenção.
Após a morte de Navalny, a 16 de fevereiro, o advogado acompanhou a mãe da figura de proa da oposição russa, Lyudmila Navalnaya, à colónia penitenciária do Ártico para onde o filho fora transferido em dezembro e se encontrava a cumprir uma pena de 19 anos, para levar o seu corpo, que as autoridades prisionais retiveram durante mais de uma semana.
Em outubro de 2023, outros advogados de Navalny -- Vadim Kobzev, Igor Sergunin e Aleksei Lipster -- foram detidos sob a acusação de "extremismo".
Em janeiro deste ano, outra advogada do líder da oposição russo, Olga Mikhailova, afirmou ter sido acusada do mesmo crime e ter decidido permanecer no exílio.
As autoridades russas proibiram em 2021 a Fundação Anticorrupção, a organização liderada por Navalny, por "extremismo".
O corpo de Alexei Navalny foi finalmente entregue à mãe no sábado, 24 de fevereiro, oito dias após a sua morte, mas não se sabe ainda quando nem onde será sepultado.
A senhora Navalnaya disse ter sido ameaçada pelas autoridades, que queriam que o filho fosse enterrado "em segredo" depois de declararem que este morreu de "causas naturais".
O círculo próximo de Navalny está agora à procura de um espaço para realizar uma cerimónia fúnebre pública, mas enfrenta dificuldades, tendo já contactado sem êxito "a maioria" das funerárias e espaços da capital russa.
"Desde ontem (segunda-feira), estamos à procura de um lugar no qual possamos realizar uma cerimónia de despedida de Alexei", declarou a sua principal porta-voz, Kira Yarmish, que na segunda-feira divulgou um número de telefone para tentar obter propostas de espaços dispostos a acolher um ato sobre o qual não eram fornecidos pormenores.
"Alguns dizem que o local está reservado, outros recusam-se a deixar que mencionemos o apelido 'Navalny'. Num sítio, disseram-nos que as agências funerárias estavam proibidas de trabalhar connosco", relatou a porta-voz na sua conta da rede social X (antigo Twitter).