Mais de 11 mil pessoas obrigadas a abandonar casas devido a chuvas na região amazónica
Cerca de 11.280 pessoas, a maioria indígenas, foram obrigadas a abandonar as casas devido à subida dos rios causada pelas fortes chuvas no Acre, estado brasileiro que faz fronteira com o Peru e a Bolívia, indicaram fontes oficiais.
A situação obrigou o governador do Acre, Gladson Cameli, a declarar no domingo emergência sanitária em 17 dos 22 municípios deste pequeno estado amazónico de 870 mil habitantes, uma situação excecional que foi reconhecida hoje pelo Governo brasileiro, que se comprometeu a enviar ajuda.
O decreto que estabelece o estado de emergência tem uma duração de 180 dias, tendo em conta as previsões dos meteorologistas de que o nível de precipitação se manterá acima da média nos próximos meses.
Do total de pessoas afetadas, 5.578 perderam as suas casas e 5.703 tiveram de as abandonar temporariamente devido à inundação do rio Acre e de outros cursos de água, segundo o governo regional.
A maioria das vítimas foi alojada em 46 abrigos improvisados em diferentes municípios.
Entre as localidades inundadas estão 23 aldeias de etnias indígenas da Amazónia, onde cerca de 400 famílias perderam as suas casas, pertences, infraestrutura e plantações.
De acordo com o Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Purus, os indígenas afetados são das etnias Ashaninka, Jaminawa, Kaxarari, Huni Kuin e Manchineri, enquanto a reserva mais atingida é a Terra Indígena Mamoadate.