Número de mortos em Gaza ultrapassa 29.700 pessoas
Pelo menos 90 habitantes de Gaza morreram na região nas últimas 24 horas, elevando o número total de mortos desde o início da guerra para 29.782 pessoas, avançou o Ministério da Saúde do enclave controlado pelo Hamas.
"A ocupação israelita cometeu 10 massacres contra famílias na Faixa de Gaza, causando 90 mártires e 164 feridos durante as últimas 24 horas", disse o porta-voz do ministério, Ashraf al-Qudra.
O número de feridos registados nos pouco mais de quatro meses de guerra chega a 70.043, mas o número deve ser muito maior.
Ainda há vítimas debaixo dos escombros e nas estradas, mas as "tropas israelitas impedem que as ambulâncias e as equipas de proteção civil cheguem lá", denunciou o porta-voz.
"Houve intensos ataques e violentos bombardeamentos de artilharia contra áreas no sul da Faixa" de Gaza, refere a agência oficial palestiniana Wafa sobre o último dia de guerra no enclave.
Duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no ataque a uma casa perto do hospital Europeu, a leste da cidade de Khan Yunis, parte da cidade no sul do enclave onde os combates começaram esta semana.
Além disso, o exército israelita fez explodir várias casas na zona oeste da cidade, onde se deram "intensos confrontos" perto do hospital Naser, que Israel invadiu há duas semanas e deu por concluída no domingo, detendo mais de 200 alegados combatentes.
A artilharia também foi dirigida ao bairro al-Amal, onde se localiza outro hospital que também esteve sitiado durante mais de um mês, a oeste de Khan Yunis. Ao mesmo tempo, navios de guerra israelitas abriram fogo contra a costa de Khan Younis, matando dois pescadores, avançou a Wafa.
Em Rafah, onde a ofensiva terrestre israelita está iminente, quatro civis -- incluindo uma mulher e uma criança -- foram mortos num bombardeamento israelita à sua casa, no norte da cidade, onde vivem quase 1,5 milhões de habitantes de Gaza, a maioria dos quais deslocados.
"Os navios da marinha de ocupação também abriram fogo na praia de Rafah", adiantou a agência Wafa.
O gabinete de guerra de Israel recebeu, no domingo à noite, o plano concebido pelo exército para expandir a sua ofensiva terrestre dentro da Faixa de Gaza até Rafah, no extremo sul da fronteira com o Egito, o que é esperado para breve, embora tenha sido prometido que primeiro seria retirada toda a população civil.
No norte da Faixa, onde Israel retomou o combate corpo a corpo no bairro de Zaytun, a sudeste da Cidade de Gaza, cerca de 15 habitantes de Gaza foram mortos na noite passada e dezenas ficaram feridos num ataque contra uma casa.
Israel afirmou hoje ter eliminado cerca de 30 supostos combatentes do grupo islamita Hamas nos confrontos em Zaytun e uma dúzia em operações no centro do enclave.
Na zona central da Faixa, duas pessoas morreram num bombardeamento de um avião de guerra israelita dirigido a um veículo civil na cidade de Deir al Balah, cidade que também sofreu ataques de artilharia pesada.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque de 07 de outubro do movimento islamita palestiniano. Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis e cerca de 240 civis e militares foram sequestrados.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, tem bombardeado a Faixa de Gaza, e, além dos quase 30.000 mortos, forçou cerca de dois milhões de pessoas a abandonar as suas casas, ou seja, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.