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BE diz que salário mínimo continua baixo apesar de subidas devido à geringonça

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A coordenadora do BE afirmou hoje que o aumento do salário mínimo foi possível "contra todos os agoiros" devido à geringonça, mas como continua a ser baixo a proposta dos bloquistas é um aumento real "sempre acima da inflação".

Mariana Mortágua interveio hoje no habitual almoço-comício do Interior, que juntou em Viseu os cabeças de lista do BE daquele distrito, de Castelo Branco, Guarda, Bragança e Vila Real, questionando para onde vai o dinheiro gerado "por toda a gente que trabalha" já que "onde há baixos salários há pobreza, desigualdades e não há futuro", seja nestas regiões seja em todo o país.

Concretamente sobre o salário mínimo nacional, a coordenadora do BE referiu que foi o acordo com o PS durante o período da geringonça "que o fez subir todos os anos contra todos os agoiros".

No entanto, em 2024, este salário "continua a ser baixo", segundo Mortágua, explicando que um dos motivos pelos quais isso aconteceu foi "porque a inflação comeu todo o aumento de 60 euros deste ano, e irá comer uma parte do dos próximos anos se nada for feito".

"Quando o aumento do salário mínimo é comido pela inflação, não é aumento. É estagnação. A proposta do Bloco é simples: uma subida intercalar do salário mínimo, já este ano, para os 900 euros e um aumento real de 50 euros nos anos seguintes, sempre acima da inflação", propôs.

Para a líder do BE, "não há nenhum mistério nas causas da emigração" e não é preciso "inventar desculpas", porque o problema são mesmo os salários baixos e não o IRS.

Mariana Mortágua referiu-se às pessoas da sua geração que não emigraram, mas que têm enfrentado "crise atrás de crise" e que, com 40 anos, têm a mesma instabilidade que tinham aos 20.

O que a direita propõe aos jovens, segundo a líder bloquista, é precariedade e "borlas fiscais" às grandes empresas.

"Enquanto fala do Interior, o que a direita de facto traz ao país é a certeza que a regionalização permanece uma miragem", exemplificou, assegurando ainda que, com a direita no poder, continuará a não haver transportes públicos a baixos custos nestas regiões, a cultura será sempre desvalorizada e "a EDP vai continuar a mandar e a desmandar" em recursos como os das barragens.