Prisão preventiva para dois dos 12 suspeitos de arrendamentos fictícios no Porto
Dois dos 12 detidos por suspeitas de envolvimento num esquema de arrendamentos fictícios, no Grande Porto, ficaram em prisão preventiva, seis com apresentações periódicas e quatro com termo de identidade e residência, revelou ontem fonte da PSP.
O grupo foi detido na quarta-feira, na área do Grande Porto, na sequência da operação Ghost Rent desencadeada no âmbito de um inquérito por burla qualificada e furto que resultou na detenção de doze cidadãos (três homens e nove mulheres) e na apreensão de diversos meios de prova.
Dois dos detidos ficam em prisão preventiva, seis sujeitos a apresentações periódicas e com quatro a termo de identidade e residência.
Os 12 detidos, com idades entre os 21 e os 54 anos, são suspeitos de burla a centenas de estrangeiros num esquema de arrendamentos fictícios, no qual, fazendo-se passar pelos proprietários dos imóveis, solicitavam uma caução que podia chegar aos 2.400 euros.
De acordo com a PSP, a investigação teve início há seis meses, tendo já sido identificadas 140 situações e contabilizados aproximadamente 243 mil euros.
O esquema - indicou a PSP em conferência de imprensa na quarta-feira - passava por arrendar, durante uns dias, habitações em regime de alojamento local e simultaneamente colocar um anúncio para arrendamento daquela habitação "de média ou de longa duração".
Já com acesso à casa, os suspeitos, que utilizavam nomes falsos, faziam-se passar pelos proprietários do imóvel, mostrando-o mesmo às vítimas que eram pressionadas para assinar rapidamente o contrato de arrendamento e a sinalizar o negócio com uma caução no valor de dois a quatro meses de renda, qualquer coisa como entre 1.600 a 2.400 euros.
O grupo tinha como "alvo preferencial cidadãos estrangeiros que se deslocavam a Portugal com o intuito de trabalhar, fundamentalmente, e de estudar".
Oriundas da América Latina e de África, as vítimas foram confrontadas, em alguns casos, com situações de emergência social, tendo sido mesmo necessário acionar a Segurança Social, referiu o comissário.
As vítimas só se aperceberam da burla quando o verdadeiro proprietário do imóvel reclamava a desocupação da habitação. Em alguns casos, os suspeitos terão ainda roubado eletrodomésticos e outros objetos das casas.