Fazer parte do problema e não da solução
Albuquerque pensa apenas em si e coloca o PSD numa situação ridícula
Quando assumiu a liderança do PSD-M e depois a do Governo, em 2015, Miguel Albuquerque representou uma aragem democrática na estrutura ferrugenta e bafienta do longo consulado de Jardim.
Nove anos depois, um dos políticos mais experientes da sua geração quebra a brisa com que surgiu e demonstra um apego doentio à cadeira do poder. Já tinha dado sinais de que não quer sair. Pelo menos pelo seu próprio pé. Perdeu a maioria absoluta em 2019 e recorreu à bengala do CDS, que quatro anos depois foi insuficiente para se manter na liderança, tendo de alargar a esfera do poder a mais um partido, o PAN, com todas as fragilidades que isso representou no seu raio de acção. Antes, durante a campanha eleitoral, não esqueçamos, ameaçou sair caso não obtivesse a maioria absoluta dos votos. Não cumpriu. Quatro meses apenas após a tomada de posse, foi constituído arguido, suspeito da prática de corrupção e de outros crimes. Os seus aliados apontaram-lhe a porta de saída e rasgaram os acordos que os uniam. A contragosto demitiu-se, mas passado apenas duas semanas aparece para se recandidatar à liderança do PSD-M e do Governo Regional, embalado pela restituição à liberdade de Pedro Calado e dos dois empresários implicados no megaprocesso judicial que rebentou na Madeira a 24 de Janeiro.