Levar suspeitos da investigação judicial na Madeira para Lisboa foi “um ataque à autonomia como nunca se tinha assistido”
É a posição reafirmada pelo presidente nacional do PPM. Gonçalo da Câmara Pereira, que está na Região, numa visita de apoio à candidatura regional à Assembleia da República, entende que a “justiça deveria ter sido feita aqui, na Madeira” e que ter levado para Lisboa os três suspeitos constituiu “um ataque à autonomia. Como nunca se tinha assistido”.
A justiça é, de resto, um dos pontos centrais do pensamento monárquico, realça Gonçalo da Câmara Pereira, que acrescenta a representação do Estado, como o outro pilar. “O essencial do movimento monárquico é a independência da Justiça”, algo que, considera, não existe actualmente em Portugal.
O presidente do PPM entende mesmo que, nesse aspecto, se está pior do que em todo o tempo republicano anterior, com, por exemplo, mais corrução.
Não existe, defende, um equilíbrio de poderes, pois o político interfere no judicial, por exemplo, tomando decisões sobre recrutamento para o CEJ – Centro de Estudos Judiciários - que, ao que afirma, não deveria de competir ao Governo, mas ao Supremo Tribunal de Justiça.
Sobre a apresentação do PMM de forma isolada na Madeira, por oposição à integração na AD nacional, tanto Gonçalo da Câmara Pereira como Paulo Brito, cabeça-de-lista pela Madeira às eleições de 10 de Março, entendem que, neste momento, não fazia sentido a coligação, na Região, por duas razões: o PSD e o CDS estão há mais tempo juntos e o PPM não quer interferir; e o PPM quer primeiro crescer na Madeira e, eventualmente depois, considerar a possibilidade de coligação. Antes disso, poderia esfumar-se junto dos partidos maiores.
Paulo Brito explicou a ida ao Mercado dos Lavradores com a necessidade de defender os pescadores e os agricultores.
Sobre os pescadores criticou a fixação de quotas de pesca, que diz prejudicar os madeirenses e beneficiar quem vem de fora pescar nas águas madeirenses: “Querem transformar os madeirenses de produtores em consumidores”.
Já na agricultura, o ataque vai para a grandes superfícies, que ficam com o lucro e os agricultores com o trabalho. Este labutam todo o ano, adquirem fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos, para venderem os frutos a 20 ou 30 cêntimos. Produtor que, depois são vendidos a 2 ou 3 três euros, ao que garantiu Paulo Brito.
Gonçalo da Câmara Pereira fica na Madeira até à próxima segunda-feira.